FRAUDES EM LICITAÇÕES 16.12.2025 | 14h11

yuri@gazetadigital.com.br
Reprodução
7 alvos da Operação Cenário Montado Gyn, deflagrada na manhã desta terça-feira (16), com objetivo de investigar um esquema estruturado de fraudes em licitações públicas e superfaturamento, foram identificados. Dois deles são servidores da Prefeitura de Barra do Garças. Veja a lista dos presos abaixo:
De acordo com as informações já divulgadas pelo
, o esquema tem indícios de superfaturamento de até 372,09%, direcionamento de certames, uso de empresas de fachada, associação criminosa e corrupção, envolvia empresários, funcionários de empresas e servidores públicos.
Na ação da Polícia Civil foram cumpridas 30 ordens judiciais, sendo 7 mandados de prisão preventiva, 7 mandados de busca e apreensão, além de quebras de sigilo bancário, telefônico e telemático, suspensão de atividades econômicas de duas empresas e sequestro de valores superiores a R$ 4,2 milhões.
Os alvos das prisões preventivas são: Adenir Pinto da Silva, apontado como o chefe do esquema. Já Lucimar Teixeira da Silva atuava como articulador operacional e documental. Rodrigo Mendes Moreira ficava na coordenação e fiscalização de serviços subcontratados.
Já Luciana Costa da Silva é servidora da Secretaria Municipal de Turismo de Barra do Garças. Também está na lista Elcio Mendes da Silva, servidor lotado no gabinete do prefeito de Barra.
Por fim, aparecem Tayara Félix Alves Cardos e Paulo Henrique de Freitas Pinto. Tayara representava uma fachada empresarial e Paulo também seria representante legal da empresa apontada como de fachada.
Início das investigações
As investigações, conduzidas pela 1ª Delegacia de Polícia de Barra do Garças, iniciaram em janeiro de 2025 com o objetivo de apurar um esquema de fraudes em licitações no município de Pontal do Araguaia, após informações levantadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
O esquema, realizado por meio de empresas do setor de produção de eventos e shows, era utilizado para fraudar processos licitatórios, que deram origem a Atas de Registro de Preços utilizadas de forma reiterada por diversos municípios, por meio de adesões (“caronas”), com valores expressivos e indícios de direcionamento e simulação de concorrência.
Somente nesses 3 pregões investigados em Pontal do Araguaia, os valores globais alcançaram aproximadamente R$ 25,8 milhões, com possibilidade legal de adesões que poderiam atingir, em tese, até R$ 51,7 milhões, considerando o limite máximo de 200% previsto na legislação.
Superfaturamento e manipulação de preços
As análises técnicas realizadas pela Polícia Civil demonstraram superfaturamento de até 372,09% em diversos itens licitados, tais como palcos, sistemas de iluminação, geradores, telões de LED e estruturas para eventos.
Após a deflagração das operações, uma pesquisa comparativa posterior revelou queda significativa e imediata nos preços, evidenciando que os valores anteriormente praticados estavam inflados artificialmente, reforçando a suspeita de manipulação de pesquisas de preços, repetição textual de orçamentos e ausência de competitividade real entre fornecedores.
Expansão do esquema
Com o avanço das investigações, constatou-se que o mesmo padrão fraudulento teria sido replicado em outros municípios da região, incluindo Barra do Garças, por meio de adesões a atas originadas em Pontal do Araguaia.
Em um pregão eletrônico do município de Barra do Garças, passaram a integrar o núcleo central da operação indícios de subcontratação integral irregular, execução contratual simulada e continuidade das atividades por empresas ligadas a grupos já sancionados judicialmente.
Com base nos elementos colhidos durante as investigações, houve representação pelas ordens judiciais, que foram deferidas pela Justiça. O valor inicialmente identificado como prejuízo ao erário, a ser bloqueado e sequestrado, foi fixado em R$ 4.208.302,96, correspondente aos recursos públicos sob investigação no núcleo central da operação.
Nas fases anteriores, foi deferida medida judicial de sequestro de bens em valores superiores a R$ 21 milhões. As investigações seguem em andamento, com análise aprofundada de documentos, dados bancários e telemáticos, não sendo descartadas novas fases, novas responsabilizações e ampliação do alcance das apurações, conforme o avanço técnico-probatório.
Cenário Montado
O nome da operação reflete a dinâmica do esquema fraudulento, em que empresas de fachada simulavam uma concorrência legítima em licitações públicas. O termo destaca o caráter forjado do processo, remetendo a algo previamente planejado para enganar a administração pública.
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