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13.07.2003 | 03h00

Capitão 7 ainda pode virar herói das revistas

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Uma parte importante da história da televisão brasileira se apagou para sempre no último domingo, dia 6. Morreu em São Paulo, aos 80 anos, Ayres Kruger da Senna Campos, o ator Ayres Campos, que entre 1954 e 1966 interpretou o primeiro herói da criançada brasileira, o Capitão 7. Sua morte encerrou uma vida inteira dedicada ao paladino da justiça, nome pelo qual ainda era chamado pelos amigos e vizinhos do bairro paulistano do Brooklin, onde morava.

Há tempos, Ayres sofria com problemas de saúde. No final de junho, recebeu emocionado o convite da Record para participar da gravação do terceiro especial em homenagem aos 50 anos da emissora. "A gravação foi dia 25 de junho e ele, mesmo estando bastante debilitado, fez questão de comparecer", disse a filha Maria Luiza, com quem ele morava há 10 anos desde que se tornou viúvo. "Foi uma bela homenagem e extremamente importante para ele, principalmente por ter vindo da Record, a emissora para a qual ele trabalhou durante tanto tempo".

Por força do destino, Ayres não conseguiu se ver pela última vez na TV. Enfrentando uma grave pneumonia, ele teve de ser internado às pressas na tarde de sábado. "O especial da Record foi exibido às 22 horas e ele não chegou a ver, infelizmente", lamentou a filha. Em 2002, Ayres Campos também recebeu uma justa homenagem da Pró-TV, entidade ligada à Appite (Associação dos Pioneiros Profissionais e Incentivadores da Televisão), durante um evento que festejou os 52 anos da televisão no país. Ao lado do ator Carlos Miranda, intérprete de outro herói brasileiro, o Vigilante Rodoviário, Ayres recebeu um prêmio concedido aos artistas que fizeram programas infantis na televisão brasileira.

Há muito tempo, o mineiro Ayres Campos deixou de vestir o uniforme azul claro com um 7 estampado em amarelo no peito, mas nunca apagou da memória suas aventuras. "Ele não era o Ayres, ele era o próprio Capitão 7", reforça a filha, revelando que durante toda sua vida nunca viu o pai tirar do dedo o anel de ouro com um brasão do personagem que imitava a jóia preciosa do herói. "O anel tinha sete pedras que, no seriado, significavam poderes especiais para o Capitão".

A série Capitão 7 (inspirada na antiga sintonia da Record, o canal 7) teve mais de mil episódios e, apesar das limitações da época - quando era preciso uma dose extra de coragem para interpretar papéis mais ousados - o ator sempre dispensou dublês, seja para saltar de um avião, enfrentar cobras ou nadar em pleno rio Tietê.

Para quem não acompanhou o seriado que sem a magia do videotape era produzido ao vivo e em preto e branco (alguns episódios chegaram a ser gravados em película, mas os rolos pegaram fogo no incêndio ocorrido na Record em 1969) -, vale lembrar que o Capitão 7 era uma mistura de Super Homem, com Capitão Marvel e uma pitada de Flash Gordon.

Para tanto, Ayres aproveitava o físico de lutador e nadador para interpretar tão bem o papel. No início, Ayres ainda usava um capacete, máscara nos olhos e um bigodinho a la Clark Gable. "Tirei o bigode entre um capítulo e outro. Já a máscara eu arranquei durante um episódio, ficava caindo no olho enquanto eu lutava com os bandidos", chegou a dizer o intérprete do herói.

Ayres, que tinha os direitos sobre o personagem desde os anos 60, fundou fã-clube e distribuiu milhares de carteirinhas de associados, que tinham na ponta da língua o hino de seu herói. Também criou uma empresa de fantasias de super-heróis (onde fabricava não só uniformes do Capitão 7 como também de outros heróis, como o Super Homem e Batman), além de uma revista em quadrinhos que chegou a superar a marca de 50 números editados.

Há anos o veterano ator sonhava em reativar esse projeto que agora passa para as mãos de Maria Luiza e seu irmão, Ayres Campos Filho. "Essa idéia já está nas mãos de um designer que está desenvolvendo um trabalho muito bom em terceira dimensão, parecido com o dos gibis americanos. Estamos em busca de patrocinadores, mas tenho certeza de que iremos conseguir. Era o sonho dele não deixar o Capitão 7 morrer e, se depender da gente isso não vai acontecer", garante Maria Luiza.

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