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29.10.2006 | 03h00

Mito por trás do crime

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Poucos criminosos se tornaram tão famosos no Brasil quanto João Acácio Pereira da Costa, mais conhecido como O Bandido da Luz Vermelha. O misterioso assaltante inspirou o diretor Rogério Sganzerla a rodar o filme homônimo, em 1968, considerado um clássico do cinema brasileiro. Trinta e oito anos depois, é a vez do último Linha Direta Justiça do ano - que deve ir ao ar em dezembro - reproduzir a vida do criminoso que se tornou uma lenda em todo o país. João Acácio, que ficou conhecido por usar técnicas extravagantes para roubar casas luxuosas de São Paulo na década de 60, será interpretado pelo ator André Gonçalves. "Convidei o André porque ele tem um quê de bandido da luz vermelha. Ele é um latin lover", diverte-se o diretor do programa, Edson Erdmann.

Intitulado de Bandido da Luz Vermelha, o episódio contará, ainda, com as participações especiais das atrizes Alexia Dechamps e Isabel Fillardis, que interpretarão duas vítimas do bandido. Nos bastidores da produção, tudo foi preparado para dar um ar misterioso ao episódio. Para reconstituir o cotidiano do assaltante, a direção do programa se inspirou nos quadrinhos. "Quando ele liga a lanterna, o mundo é dele, a música é dele, tudo é dele", conta Erdmann.

Apelidado pela imprensa da época de Bandido da Luz Vermelha por trazer sempre uma lanterna vermelha e conversar longamente com suas vítimas, João Acácio praticou, ao todo, dois homicídios e dois latrocínios, sete tentativas de morte, 77 roubos e cerca de cem estupros. Órfão e maltratado pelos tios que o criaram, o bandido mantinha uma vida dupla em São Paulo, onde chegou no início da adolescência fugindo de furtos praticados em Santa Catarina. Nas folgas dos assaltos, era um pacato morador de um edifício na cidade de Santos, amável com vizinhos e conhecidos.

Para reconstituir seus crimes, foram precisos intensos e demorados trabalhos de pesquisa. A produção buscou informações a respeito da vida e dos hábitos de João Acácio. Amante dos Beatles e do cantor Roberto Carlos, o bandido tinha um modus operandi muito peculiar de agir nos assaltos: vinha de ônibus de Santos para São Paulo, usava uma lanterna com o bocal vermelho, um lenço para cobrir parte do rosto, luvas, chapéu de feltro italiano, colete, paletó e dois revólveres. "Ele era tão estiloso que estuprava as mulheres com chapéu, lenço, colete e paletó", conta a figurinista do programa, Denise Bernardes.

Além dessa preocupação com o figurino e o cenário, que foi completamente decorado com móveis e objetos da década de 60, a equipe do jornalístico também se preocupou em contar a história com a maior veracidade possível. "Vamos visitar o bandido louco, o sedutor e o homossexual", conta Erdmann. Os assaltos de Luz Vermelha aconteciam sempre entre as quatro e as seis horas da manhã. Para roubar as casas, ele cumpria uma espécie de ritual: tirava os sapatos, arrombava as grades das janelas e portas com macacos dos carros das vítimas e desligava a energia. Depois dominava as famílias e usava a lanterna acesa bem próxima aos olhos das vítimas para intimidá-las. "Nunca tinha feito um bandido. É interessante fazer personagens com conteúdo, mesmo que esse conteúdo seja péssimo", conta André Gonçalves, que assistiu ao filme de Rogério Sganzerla e leu bastante a respeito do famoso bandido.

Por não deixar pistas, a polícia demorou seis anos para identificar e prender Luz Vermelha. A identificação só foi possível a partir de um fragmento de uma impressão digital encontrado no vidro quebrado de uma janela de uma casa no bairro do Ipiranga. João Acácio foi preso no Paraná, onde estava escondido, e foi condenado a 351 anos, nove meses e três dias de prisão. Cumpriu apenas os 30 anos previstos na Constituição. Foi libertado no final de agosto de 1997. Quatro meses e 20 dias depois, foi assassinado por um pescador de Joinville (SC) depois de tentar matar o irmão dele. "No episódio, mostramos como o mundo dá voltas. Ele rodou, rodou e acabou como ele mesmo fez com suas vítimas", adianta Erdmann.

Linha Direta Justiça", Globo, 23:05 h, quinta-feira.

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