20.09.2009 | 03h00
O cearense José de Alencar é o grande nome da prosa romântica brasileira. Sua obra traça um perfil da cultura e dos costumes de uma época, bem como da História do Brasil, tendo como preocupação essencial a busca de uma identidade nacional, seja quando descreve a sociedade burguesa do Rio de Janeiro. Mesmo quando se volta para os temas ligados ao índio ou ao sertanejo. Os romances escritos por ele costumam ser classificados em quatro categorias: urbanos, históricos, indianistas, e regionalistas. Estas características fazem de José de Alencar uma das figuras centrais da literatura brasileira e conteúdo cobrado continuamente em exames vestibulares e Enem.
Escreveu obras representativas para todos os tipos de ficção românticos: passadista e colonial (O Guarani, 1857), indianista (Iracema, 1865), sertaneja (O Sertanejo, 1875). Pode-se dividir, didaticamente, a obra de Alencar em indianista (O Guarani, 1857; Iracema, 1865; Ubirajara, 1874); urbana (Lucíola, 1862; Diva, 1864; Senhora, 1875), regionalista (O Gaúcho, 1870; O Sertanejo, 1875) e históricos (Guerra dos Mascates (primeiro volume), 1873). Seus grandes mestres são o francês Chateubriand e o escocês Walter Scott. Mas também o influenciaram muito os escritores Balzac e Alexandre Dumas.
O Guarani, por exemplo é um dos maiores destaques da obra de Alencar, em que se evidencia o estilo descritivo, mas também o caráter aventuresco dos romances do autor. Alencar criou uma literatura nacionalista, empregando um vocabulário e uma sintaxe típicos do Brasil e evitando o estilo lusitano, que até então prevalecia na literatura aqui produzida.
Livros indianistas como Iracema (1865), O Guarani (1857) e Ubirajara (1874) buscam transportar as tradições indígenas para a ficção, relatando mitos, lendas, festas, usos e costumes, muitas vezes observados pessoalmente pelo autor. Mesmo assim, o índio é visto de maneira idealizada, que representa, em nível simbólico, a origem do povo brasileiro. Neste sentido, os textos trazem a imagem do homem branco (europeu) como corrompido pelo mundo civilizado e apresenta o índio com ares de "bom selvagem", destacando seu caráter bom, valente e puro.
O autor- José Martiniano de Alencar foi jornalista, político, advogado, orador, crítico, cronista, polemista, romancista e dramaturgo brasileiro. Iniciou na atividade literária nos jornais Correio Mercantil e Diário do Rio de Janeiro. Nas discussões que antecederam a fundação da Academia Brasileira de Letras, seu nome foi defendido por Machado de Assis para ser o primeiro patrono, ou seja, nominar a cadeira 1. Mas não poderia haver hierarquia nessa escolha, e resultou que Adelino Fontoura, um autor quase desconhecido, veio a ser o patrono efetivo. Sobre esta escolha, registrou Afrânio Peixoto: "Novidade de nossa Academia foi, em falta de antecedentes, criarem-nos, espiritualmente, nos patronos. Machado de Assis, o primeiro da companhia, por vários títulos, quis dar a José de Alencar a primazia que tem, e deve ter, na literatura nacional. A justiça não guiou a vários dos seus companheiros. Luís Murat, por sentimento exclusivamente, entendeu honrar um amigo morto, infeliz poeta, menos poeta que infeliz, Adelino Fontoura".
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