01.05.2025 | 14h55
Assessoria
Nos últimos anos, o Brasil registrou um aumento expressivo nos afastamentos do trabalho causados por transtornos emocionais e psicológicos, como ansiedade, depressão e burnout. Segundo dados recentes, milhares de trabalhadores foram impactados por essas condições entre 2012 e 2024, evidenciando uma crise silenciosa que vem comprometendo não apenas a produtividade, mas também o bem-estar e a dignidade humana no ambiente corporativo.
Diante desse cenário, autoridades decidiram agir. A partir de maio de 2025, entra em vigor uma nova regulamentação da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), que determina a obrigatoriedade de atenção das empresas à saúde mental e emocional dos funcionários. O texto exige que empregadores desenvolvam políticas, estruturas e estratégias de acolhimento e prevenção ao adoecimento psicoemocional. As organizações terão um prazo de um ano para se adequar.
A medida é vista como um avanço, mas também levanta dúvidas: será suficiente? É possível oferecer suporte real e individualizado em empresas com centenas ou milhares de funcionários? Especialistas apontam que, embora a nova legislação seja um passo importante, ela deve vir acompanhada de um compromisso genuíno das lideranças com o bem-estar dos colaboradores.
Enquanto isso, cresce a reflexão sobre o papel de cada indivíduo nesse processo. Para além das iniciativas institucionais, há um chamado para que cada pessoa assuma responsabilidade pelo seu próprio equilíbrio emocional. Práticas como o autoconhecimento, o desenvolvimento da inteligência emocional e a escuta dos sinais do corpo ganham relevância como caminhos para a prevenção e a cura.
“Talvez a raiz do problema esteja dentro e não fora”, afirma uma terapeuta consultada pela reportagem. “Muitas vezes, culpamos o ambiente de trabalho, o chefe ou a rotina, sem perceber que há dores internas não resolvidas influenciando nossa percepção e reações.”
O alerta é claro: os sintomas físicos e emocionais que surgem ao longo da vida são sinais de desequilíbrios mais profundos. Ignorá-los pode levar a quadros crônicos. Encará-los, por outro lado, pode ser o primeiro passo para uma vida mais saudável e plena — no trabalho e fora dele.
Com a nova exigência legal e a crescente conscientização sobre saúde mental, espera-se que as empresas cumpram seu papel. Mas a verdadeira transformação começa no indivíduo. A pergunta que fica é: estamos prontos para esse olhar interno?
Greyzi Dutra é hipnoterapeuta, mentora e palestrante @greyzidutra
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