Prefeito diz que CMI não recebeu ‘um centavo federal’ e cobra custeio do SUS

O prefeito Abilio Brunini (PL) afirmou que o Centro Médico Infantil (CMI) de Cuiabá, entregue nesta quinta-feira (18), não recebeu nenhum recurso do Governo Federal para sua construção. Segundo ele, todo o investimento utilizado até o momento é oriundo de emendas parlamentares de sua autoria, repassadas ao Governo do Estado no ano passado e posteriormente destinadas à Prefeitura de Cuiabá.

“Nessa obra aqui, não há um centavo do governo federal. Não tem um centavo que o Lula mandou para a obra. O recurso das minhas emendas foi pago ao governo do Estado no ano passado e aí fiz um compromisso de repassar ao município de Cuiabá”, declarou o prefeito à imprensa.

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Apesar da ausência de investimento federal na execução da obra, Abilio ressaltou que espera apoio da União na fase de funcionamento da unidade, especialmente no custeio dos serviços de saúde que serão ofertados à população.

“Contudo, espero que o governo federal no mínimo custeie os serviços que serão ofertados aqui e serão lançados no Sistema Único de Saúde. O hospital vai atender todo mundo, então o mínimo que a gente espera é que o SUS faça os repasses dos custeios dos atendimentos”, completou.

A viabilização do projeto contou com um esforço conjunto e um aporte de R$ 6 milhões do Governo do Estado, fruto de articulações entre a prefeitura, o governador Mauro Mendes e o vice-governador Otaviano Piveta. A entrega do hospital, que leva o nome do menino Antony em uma homenagem emocionante à sua família, representa a concretização de um sonho que começou em 2023. Com equipes prontas para atuar já a partir das 7h da manhã seguinte à inauguração, o Centro Médico Infantil consolida-se como a principal referência pública em pediatria na Baixada Cuiabana.

A unidade especializada em pediatria conta com aproximadamente 183 servidores, entre médicos, enfermeiros, técnicos, equipes multiprofissionais e apoio assistencial, ampliando a capacidade de atendimento e garantindo assistência qualificada e humanizada.

Deste total, 35 são médicos pediatras que passam a reforçar diretamente a rede municipal, somando-se aos 45 pediatras já em atuação nos diferentes pontos da cidade. Atualmente, esses profissionais atuam de forma distribuída em Unidades de Saúde da Família, Centro de Especialidades Médicas (CEM), Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), equipes multiprofissionais (eMulti), setores de regulação e controle, além das UTIs Pediátricas.

A missão do Centro Médico Infantil é que o hospital organize os fluxos pediátricos, amplie a resolutividade e desafogue outros serviços da rede, especialmente as unidades de urgência e emergência.

A unidade dispõe de 28 leitos, seis consultórios médicos, duas salas de triagem, recepção, sala de espera, além das salas vermelha, amarela e verde, que organizam o atendimento conforme a gravidade dos casos. A estrutura inclui ainda sala de curativo, sala de inalação, sala de exames laboratoriais, sala de procedimentos invasivos, isolamento, farmácia, Núcleo Interno de Regulação, consultório odontológico, sala de serviço social, sala da administração, sala para guarda de equipamentos, dois DMLs, expurgo e banheiros exclusivos para servidores e usuários.

No modelo de financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS), a política pública é organizada de forma tripartite, com participação obrigatória da União, dos estados e dos municípios tanto nos investimentos quanto no custeio dos serviços. Além disso, embora as emendas parlamentares sejam indicadas por deputados ou senadores, os recursos são oriundos do Orçamento Geral da União e executados pelo Governo Federal, o que caracteriza financiamento federal, ainda que destinado por meio de indicação parlamentar. O funcionamento das unidades de saúde, por sua vez, depende dos repasses regulares do SUS para custear os atendimentos prestados à população.