Publicidade

Cuiabá, Quarta-feira 01/10/2025

Colunas e artigos - A | + A

31.08.2018 | 00h00

Aprendizagem permanente

Facebook Print google plus

Falar de educação está a cada ano mais difícil, seja pelos desafios que a sociedade moderna nos apresenta constantemente, seja pela ausência de políticas públicas consistente na área educacional. Em meio a este cenário, nada animador, é que professores e alunos desenvolvem o processo de ensino e aprendizagem em nosso país.

Para que o aprendizado seja permanente e não apenas passageiro, é preciso que ele seja feito, como nos afirma o psicanalista e educador Rubem Alves, com a cabeça e com as mãos, ou seja, devo construir não só intelectualmente, mas também de forma prática. É preciso desenvolver o prazer de fazer as coisas. A grande questão é até que ponto as nossas escolas estão respondendo às questões da atualidade e principalmente se os nossos professores estão preparados para lidar com contextos cada vez mais complexos e imprevisíveis. Vamos tomar como exemplo a questão da violência. Ela tem sido tema no currículo escolar? A escola e o professor têm problematizado com os alunos os processos que desencadeiam a violência, nas suas mais diversas nuances, bem como lidar com essa situação no cotidiano.

A primeira questão com que nos deparamos consiste ainda na rigidez dos programas curriculares, que em sua maioria estão formatados do princípio ao final de cada série, dificultando com isso a abertura para a discussão de situações que estão postas no dia a dia da sociedade e na vida do estudante. Por outro lado, precisamos formar educadores com competência para lidar com situações não previstas nos currículos escolares e nos livros didáticos. Precisamos de profissionais preparados para lidar com as mais diversas situações que a vida moderna e globalizada nos impõe cotidianamente.

É fundamental proporcionar em nossas escolas um ensino voltado para uma perspectiva interdisciplinar das ciências, rompendo com os guetos que apenas conduzem ao reducionismo. Precisamos que a criatividade seja o ponto de partida das ações desenvolvidas, que a atividade pedagógica seja voltada para o contexto no qual o educando encontra-se inserido, valorizando com isso o saber local e fazendo com que eles tenham interesse, usando da natureza como laboratório e da criatividade como uma das principais estratégias no processo de ensino-aprendizagem, reforça o educador Rubem Alves.

Hoje as escolas estão cada vez mais tecnológicas em termos de laboratórios sofisticados, mas ao mesmo tempo menos criativas para os estudantes, ou seja, temos uma pirotecnia dentro de salas que impressionam com aparelhos, luzes e fios, mas ao mesmo tempo contribuem muito pouco para o aprendizado, uma vez que o estudante pensa pouco, desenvolve a habilidade de forma limitada. Para que seja uma escola criativa, é preciso que o aprendizado envolva situações vividas, caso contrário com o tempo tudo é esquecido, é passado.

Dessa forma, a escola que desperta a curiosidade e que também ensina para a vida toda, é aquela que oferece enigmas e desafios aos alunos, que conduz o dia a dia da sala de aula como um espaço de constante descoberta. A leitura e as atividades devem seguir o caminho do prazer e não da obrigação. Ter que ler para fazer relatório, para responder questionários. É preciso que se ensine a ler despojadamente, sem ter obrigações posteriores, apenas pelo prazer de ler.

Elias Januário é educador, antropólogo e historiador, escreve às sextas-feiras em A Gazeta. E-mail: eliasjanuario@terra.com.br

Voltar Imprimir

Publicidade

Comentários

Enquete

Pesquisa recente mostrou que 77% dos brasileiros afirmam que o endividamento afeta sua saúde mental. Como você se sente diante das contas.

Parcial

Publicidade

Edição digital

Quarta-feira, 01/10/2025

imagem
imagem
imagem
imagem
imagem
imagem
btn-4

Indicadores

Milho Disponível R$ 66,90 0,75%

Algodão R$ 164,95 1,41%

Boi à vista R$ 285,25 0,14%

Soja Disponível R$ 153,20 1,06%

Publicidade

Classi fácil
btn-loja-virtual

Publicidade

Mais lidas

O Grupo Gazeta reúne veículos de comunicação em Mato Grosso. Foi fundado em 1990 com o lançamento de A Gazeta, jornal de maior circulação e influência no Estado. Integram o Grupo as emissoras Gazeta FM, FM Alta Floresta, FM Barra do Garças, FM Poxoréu, Cultura FM, Vila Real FM, TV Vila Real 10.1, TV Pantanal 22.1, o Instituto de Pesquisa Gazeta Dados e o Portal Gazeta Digital.

Copyright© 2022 - Gazeta Digital - Todos os direitos reservados Logo Trinix Internet

É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem a devida citação da fonte.