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29.11.2024 | 13h55

Stalkers; a obsessão oculta no cotidiano

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Alessandra Augusto

Divulgação

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No cotidiano, muitas vezes os stalkers são invisíveis, camuflados como pessoas comuns, ao mesmo tempo em que mantêm uma presença constante e silenciosa na vida de suas vítimas. Esse tipo de obsessão é motivado não pela admiração, mas por um desejo de controle e possessão que ultrapassa os limites saudáveis, envolvendo uma vigilância intensa e ininterrupta.

Antes da era digital, os stalkers dependiam de presença física para monitorar e seguir suas vítimas, seja por meio de encontros em locais públicos ou por correspondências constantes e telefonemas anônimos. Com as redes sociais, no entanto, os limites do “acesso” foram superados. Agora, esses indivíduos têm à disposição um verdadeiro acervo de informações sobre a vida pessoal de alguém — o que permite que o acompanhamento seja ainda mais discreto e persistente.

A perseguição de celebridades é um fenômeno que ajuda a ilustrar a psicologia por trás do stalking. Casos como os da atriz Jodie Foster, que foi perseguida por um fã durante anos, e da cantora Taylor Swift, que também enfrentou stalkers persistentes, exemplificam como a fama pode intensificar o desejo de controle e a posse obsessiva de uma figura pública.

Esses stalkers, ao contrário de admiradores, alimentam uma ilusão de “relação especial” com a celebridade, acreditando que cada informação nova reforça um vínculo imaginário. As redes sociais facilitam ainda mais essas obsessões, permitindo criar uma narrativa de intimidade e proximidade baseada em informações pessoais que ele consome sem que a celebridade tenha ciência disso.

O vínculo entre o stalking e a violência contra a mulher é particularmente alarmante. Em grande parte dos casos, o agressor é um homem que persegue uma mulher, frequentemente motivado por um desejo de controle ou possessividade extrema. A vigilância constante e a tentativa de invadir a vida pessoal de uma mulher constituem uma forma de abuso psicológico, gerando um efeito desestabilizador para a vítima, que frequentemente experimenta medo e angústia diante da invasão.

Os casos de feminicídio frequentemente mostram que o stalking surge após a separação, quando o agressor passa a monitorar e perseguir a ex-companheira como uma tentativa de reaproximação forçada. Esse comportamento possibilita o controle indireto e o acesso frequente a ela, aumentando o risco de novos ataques. O stalking facilita emboscadas em lugares como o trabalho, a residência ou espaços públicos, onde agressões graves ou fatais podem ocorrer, transformando-se em um elemento que amplia significativamente o potencial para atos extremos de violência.

Trata-se de um comportamento que pode ser considerado um tipo de violência silenciosa, capaz de causar graves danos emocionais e psicológicos. Compreender a dinâmica por trás desse comportamento é crucial para nos protegermos e apoiarmos aqueles que possam ser vítimas dessa obsessão. Em uma sociedade cada vez mais conectada, entender como o stalking se manifesta e adotar estratégias de proteção se torna não apenas uma forma de segurança pessoal, mas um meio essencial de preservar a saúde mental diante da exposição digital.

Alessandra Augusto é Psicóloga, Palestrante, Pós-Graduada em Terapia Cognitiva Comportamental e em Neuropsicopedagogia, Mestranda em Psicologia Forense e Criminal. É a autora do capítulo “Como um familiar ou amigo pode ajudar?” do livro “É possível sonhar. O Câncer não é maior que você”.

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