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16.10.2019 | 11h11

Tratamento adequado e com respeito não só no mês de outubro

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Maira Caleffi

Divulgação

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Imagine o cenário em que, após o recebimento do diagnóstico precoce de câncer, as pessoas sejam orientadas em relação aos tipos de tratamentos existentes, etapas da jornada e participem da decisão da melhor alternativa de tratamento. Imagine no mesmo cenário que todos pacientes recebam informações de direitos adquiridos por lei e sejam acolhidos com atenção e respeito a sua individualidade como ser humano quando recebem o diagnóstico.  

 

No entanto, não é o que os pacientes relatam em 2019 e o desafio para tudo isso se tornar realidade é imenso.  Ainda é urgente a pauta de tornar o acesso mais rápido a uma atenção personalizada para cada caso. Estamos falando de um universo de quase 60 mil novos casos de câncer, só para este ano. Mais da metade dessas pessoas receberão seu diagnóstico quando a doença já estiver em estágio avançado, segundo o relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), divulgado em 5 de setembro.  

 

O tema câncer de mama ganha repercussão mundial nesta época do ano, por conta do Outubro Rosa, ação iniciada de forma organizada no Brasil desde 2008 pela Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA). Este ano, trazemos como mote da campanha #MeTrateDireito: Para Cada Paciente um Tratamento. A frase carrega vários sentidos que precisam ser abordados no que diz respeito à doença e aos pacientes, especialmente na questão tratamento, uma vez que assim como cada paciente é único, cada câncer tem suas especificidades e precisa ser tratado de forma individualizada.

 

Para muitos, o tratamento do câncer de mama envolverá o processo tradicional de cirurgia, quimioterapia e radioterapia. No entanto, hoje sabemos que não há um protocolo único para todos os casos. Nos últimos anos, os avanços na área médica e ciência global, com exames genéticos e moleculares, oferecem novos métodos para o diagnóstico individualizado, permitindo, assim, um tratamento personalizado e mais eficaz de acordo com características do tumor e resposta a cada terapia adotada. Isso causa uma mudança significativa nas perspectivas de sucesso do tratamento, bem como na qualidade de vida dos pacientes em estágio avançado da doença.   

 

Outro fator importante para o sucesso do tratamento está relacionado à confirmação do diagnóstico em um prazo mais rápido do que o atual. Vale destacar que a legislação garante acesso a medicamentos orais, atendimento multiprofissional e reconstrução mamária imediata Sistema Único de Saúde (SUS), tratamento fora do domicílio (com ajuda de custo para o paciente, e em alguns casos para o acompanhante, quando solicitado encaminhamento por ordem médica à unidade de saúde localizada em outro município ou estado), além do prazo de até 60 dias para início do tratamento no SUS pós-diagnóstico. Todas essas questões são reconhecidas e recomendadas pela Política Nacional do Câncer do Ministério da Saúde (Portaria nº 874, de 16 de maio de 2013).

 

Para acelerar a jornada do paciente a Femama junto com vários parceiros, incessantemente, há cinco anos articula pela aprovação do PLC 143/2018, mais conhecido como PLC dos 30 dias, que estabelece esse prazo máximo para confirmação do diagnóstico. Infelizmente o PL chegou ao Senado, mas não há previsão de votação. Essa legalização é fundamental para aumentarmos as chances de cura. Atualmente, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), a maioria dos pacientes recebe o diagnóstico quando a doença já está em estágio avançado – em alguns casos, essa demora chega ao absurdo de 200 dias. 

 

Ainda são muitos os desafios a serem vencidos, mas não estamos parados: a ampliação do acesso ao diagnóstico ágil e aos tratamentos mais assertivos no sistema público de saúde, bem como no privado, é urgente. Uma doença tão prevalente, com chances de cura se for inicial, precisa ser considerada como uma questão também no sistema de atenção primária no Brasil.

 

Continuaremos 365 dias por ano, não apenas no mês de outubro, levando informação ao maior número de pessoas a fim de multiplicar o conhecimento sobre a carga do câncer na atualidade e apoiar pacientes para que possam participar ativamente das decisões que serão tomadas durante o tratamento. Quando o paciente compreende a doença, as ações propostas pelos médicos e os possíveis resultados, ele se sente respeitado, acolhido e ganha ainda mais forças para lutar e vencer durante todo o ano.

 

Maira Caleffi é presidente voluntária da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama).

 

 

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