12.09.2014 | 10h31
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Mais de 100 pessoas entre jovens e adolescentes foram surpreendidos por policiais civis, militares, agentes da infância e da juventude e um oficial de Justiça na tarde desta quinta-feira (11), em um espaço de festa no bairro Altos da Serra. O evento denominado “Resenha do BDV 1ª Edição” foi organizado pelos estudantes Yuri Gabriel Pádua, 18, e Thiago Mota Vieira, 19, pela rede social e através de aplicativo para celulares. Na rede social mais 150 pessoas confirmaram presença, sendo a maioria menores de idade. Além dos promoters da festa, foi preso em flagrante Esmael Martins Almeida Filho, proprietário do estabelecimento “Espaço Martins”.
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A operação “Proteção Integral” foi rapidamente articulada no intervalo de um dia, após a denúncia anônima, na quarta-feira (10), que informou que o evento seria destinado a menores e aconteceria em horário de aula para não alertar os pais. Ao revistarem os participantes e o ambiente, policiais encontraram porções de maconha, cocaína e vários tipos de bebidas alcoólicas.
Segundo o titular da Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica), Paulo Alberto Araújo, a ação foi um sucesso graças a colaboração dos órgãos envolvidos. “Recebemos a denúncia, investigamos e constatamos que era verídica. Pedi respaldo da Justiça e a magistrada Gleide Bispo prontamente nos atendeu. A Polícia Militar e o Juizado da Infância e Juventude também nos acompanharam na operação”.
De longe era possível escutar a música funk que era reproduzida no espaço. Ao entrar, os participantes se mostraram surpresos e logo foram contidos pelos policiais militares para evitar qualquer possibilidade de fuga. As meninas foram separadas dos garotos e isoladas em uma sala fechada. Em uma rápida contagem, policiais somaram mais de 100 jovens.
O estudante Thiago já é conhecido da Polícia Civil e vinha sendo observado há algumas semanas. “Já tentamos pegá-lo em uma outra festa, mas ele conseguiu fugir pelos fundos”, lembrou o delegado Araújo. Ele acrescenta que o fato fez com que Thiago ficasse mais atento ao realizar suas festas. “Nesse evento ele não colocou o local no facebook. Ele designou pontos de encontros, que neste caso foram os terminais de ônibus do bairro CPA I e CPA III. Tudo para nos despistar”.
Indagado sobre a organização da festa, Yuri afirmou que era a segunda que ele realizava. “Isso aqui era para ser uma ‘resenha’ entre amigos. Mas muita gente de fora ficou sabendo e acabamos perdendo o controle”. Yuri e Thiago afirmaram que os pais não sabiam do evento, mas disseram estar cientes que haveria bebidas alcoólicas, já que um dos requisitos para se entrar na festa era levar a própria bebida.
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Ingresso - Para entrar na “Resenha do BDV” foi cobrado R$ 5 dos meninos e as meninas tiveram acesso livre. Das garotas encontradas no local, apenas duas eram maior de idade e muitas das adolescentes foram encontradas dentro da piscina, de trajes de banho e algumas até de lingerie.
Para o titular da Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica), Paulo Alberto Araújo, essa é uma maneira de incitar o sexo entre os jovens. “Eles atraem as meninas, dão bebidas alcoólicas para elas. E daí para frente pode acontecer de tudo”.
Moradores do bairro Altos da Serra informaram que festas como esta acontecem constantemente no Espaço Martins, que tem apenas seis meses em funcionamento. “É de segunda a segunda, som alto, gente entrando e saindo. Muitos traficantes inclusive realizam festas com entradas gratuitas, só para poder comercializar drogas”, disse uma moradora.
O proprietário do Espaço Martins, Esmael Martins de Almeida Filho se defendeu e afirmou que só aluga o local aos sábados e domingos. “Eles insistiram para eu liberar o espaço para hoje e eu cedi, inclusive fiz um preço mais em conta”.
O também delegado José Carlos Damian ressaltou que a operação tem o objetivo de prevenir que outros tipos de eventos como este aconteçam. “Eu acredito que a ação seja muito mais com viés educativo, do que de coerção. Queremos evitar menores em eventos desse tipo”.
Não é a primeira vez que a Deddica lida com casos como este. “Está se tornando cada vez mais comum. Mas esperamos conseguir agir antes que uma dessas festas acabe em tragédia”, finaliza Araújo.
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DAIANE - 12/09/2014
Misericordia!
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