rede subterrânea 17.12.2025 | 17h41
Rovena Rosa/Agência Brasil - Arquivo
Após a pressão federal, estadual e municipal para o rompimento da concessão da Enel, a empresa afirmou nesta quarta-feira (17) estar disposta a substituir em larga escala a fiação elétrica aérea de São Paulo por uma rede subterrânea.
O enterramento dos fios é uma das principais soluções apontadas por especialistas para diminuir apagões causados por tempestades e ventanias. Mas acarreta altos custos, que podem impactar no preço da tarifa de energia.
Dos mais de 20 mil km de extensão de fiação na capital paulista, menos de 1% da rede está debaixo do chão. Um programa criado em 2017 pela Prefeitura para acelerar o processo, o SP Sem Fios, só enterrou 46,5 km até agora. Em 2022, a promessa da gestão Ricardo Nunes (MDB) era chegar a 65,2 km até 2024.
A declaração da Enel nesta quarta é a primeira após o ministro de Minas e Energia, o governador de São Paulo e o prefeito da capital dizerem que vão acionar a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para romper o contrato com a Enel.
“A solução necessária exige investimentos maciços em redes resilientes e digitalizadas, além da implantação em larga escala de uma rede de distribuição subterrânea. A empresa está disposta a realizar esses investimentos como parte de uma estratégia compartilhada com todas as instituições envolvidas”, afirmou a Enel, em nota divulgada à imprensa.
A companhia, porém, destaca que a medida “requer um plano estruturado e coordenado com as autoridades públicas”. Também defende ser necessário definir “as modalidades mais apropriadas para uma remuneração adequada desse investimento”.
Série de apagões pelo estado
No última quarta-feira (10), um apagão deixou cerca de 2,3 milhões de imóveis na Grande São Paulo no escuro após ventania recorde, e a região viu se repetirem episódios de blecaute que já haviam ocorrido em 2024 e 2025.
A Enel diz que todos os problemas da semana passada foram resolvidos, mas até terça (16), ainda havia clientes que reclamavam da falta do serviço.
A concessionária frisou nesta quarta que cumpre todos os indicadores previstos no contrato. Também alega “avanços consistentes em todos os índices relacionados à qualidade do serviço, conforme comprovado pelas fiscalizações recentemente realizadas pela agência reguladora”.
“A Enel Brasil reafirma sua confiança no sistema jurídico e regulatório brasileiro para garantir segurança e estabilidade aos investidores com compromissos de longo prazo no país”, concluiu.
A concessionária tem citado investimento recorde para modernizar a rede desde que assumiu a concessão, em 2018. Entre este ano e 2027, o plano prevê R$ 10,4 bilhões. A empresa também diz ter intensificado manutenções preventivas e duplicado o número de podas de árvores em contato com a rede.
A Enel destaca que os ventos na semana passada atingiram quase 100 km/h, o que resultou em centenas de árvores caídas. Diz ainda ter mobilizado até 1,8 mil equipes para reparos na região, onde moram 18 milhões de pessoas.
Esse número é contestado por Nunes, que diz ter identificado uma quantidade bem menor de veículos da empresa nas ruas por meio do sistema municipal de câmeras.
Nove dias antes do blecaute, a área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) já havia recomendado que a Aneel avaliasse a possibilidade de intervenção federal na Enel.
A auditoria destacou que a concessionária não teria cumprido sete dos onze Planos de Resultados firmados. E apontou baixa eficácia das punições, diante da judicialização das multas aplicadas pela Aneel (de mais de R$ 260 milhões).
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