Guarani e Kaiowá 05.08.2024 | 10h58
Reprodução
Ao menos dez indígenas Guarani e Kaiowá ficaram feridos - dois deles, em estado grave nesse sábado, 3, após serem atacados por agricultores em Douradina, no Mato Grosso do Sul.
Segundo o Conselho Indigenista Missionário Nacional (Cimi), que compartilhou nas redes sociais vídeos do momento do ataque, jagunços invadiram seu território fortemente armados e empoleirados em caminhonetes, atirando com munição letal e balas de borracha contra os indígenas.
O Conselho Indigenista afirma, ainda, que pouco antes do ocorrido, um agente da Força Nacional de Segurança Pública teria avisado os indígenas de que o confronto ocorreria, orientando-os a apenas sair do local.
Leia também - Ocupação Zumbi dos Palmares, no Rio de Janeiro, pode virar moradia popular
"Pega teu povo e sai daqui ou vocês vão morrer", teria dito o agente.
No momento do ataque, ninguém da Força Nacional estava no local, que é monitorado desde julho pelo risco eminente de conflito.
Procurado, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) não confirmou a suposta fala do agente. Disse, em nota, que o conflito ocorreu dentro da Terra Indígena (TI) Lagoa Panambi e já "está sob controle".
"As equipes da Força Nacional foram acionadas por volta das 10h de sábado, 3, para conter os ânimos que estavam acirrados entre indígenas e agricultores que permanecem nas imediações do sítio do Cedro", afirma a pasta.
"A situação foi controlada e cada grupo permaneceu em seu acampamento, orientados a não avançarem. O confronto ocorreu no início da tarde, no momento em que a FN fazia o patrulhamento em outra área da mesma região", diz. "Assim que acionada, a FN chegou no local e cessou o confronto".
E acrescentou: "A Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) tem intensificado a presença na região desde o início de julho, onde permanece até o momento".
Segundo o Ministério, desde o ocorrido, a Força Nacional está com todo o efetivo em Mato Grosso do Sul, apoiando o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e o Ministério Público Federal (MPF), que estão intermediando os conflitos. "Os integrantes dos acampamentos estão respeitando os limites estabelecidos pelo MPI e MPF".
E destacou: "O efetivo mobilizado trabalha com foco na garantia da segurança dos indígenas, com respeito às culturas e evitando qualquer forma de violação dos direitos humanos, e será aumentado a partir destes novos confrontos com efetivo que será deslocado de outros Estados".
O Estadão procurou o Ministério dos Povos Indígenas e o Ministério Público Federal, mas não obteve resposta até o momento da publicação.
O Conselho Indigenista Missionário Nacional afirma que dois indígenas seguem em estado grave - um levou um tiro na cabeça e o outro, um tiro no pescoço. "Além deles, mais seis feridos foram encaminhados ao Hospital da Vida, em Dourados", afirma, em publicação no Instagram feita neste domingo, 4.
A Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) cuidou do pronto-atendimento das vítimas. Duas ambulâncias de terapia intensiva foram enviadas ao local para cuidar dos feridos.
Publicidade
Publicidade
Milho Disponível
R$ 66,90
0,75%
Algodão
R$ 164,95
1,41%
Boi à vista
R$ 285,25
0,14%
Soja Disponível
R$ 153,20
1,06%
Publicidade
Publicidade
O Grupo Gazeta reúne veículos de comunicação em Mato Grosso. Foi fundado em 1990 com o lançamento de A Gazeta, jornal de maior circulação e influência no Estado. Integram o Grupo as emissoras Gazeta FM, FM Alta Floresta, FM Barra do Garças, FM Poxoréu, Cultura FM, Vila Real FM, TV Vila Real 10.1, TV Pantanal 22.1, o Instituto de Pesquisa Gazeta Dados e o Portal Gazeta Digital.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem a devida citação da fonte.