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SEGURANÇA EM PRIMEIRO LUGAR 28.06.2025 | 17h00

Após morte de turista, guia faz recomendações para viajantes

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Na última semana, pessoas no Brasil e do mundo todo acompanharam angustiadas as tentativas de resgate da jovem brasileira Juliana Marins, que faleceu durante uma viagem após cair de uma trilha estreita de um vulcão, na região do monte Rinjani, na Indonésia. Vítima ficou isolada a centenas de metros de profundidade. O caso acendeu alerta sobre riscos e cuidados durante viagens a locais remotos e trilhas em grupo.

 

Conforme apuração da imprensa internacional, Juliana teria se sentido cansada e parado na trilha por certo tempo, no entanto, seus companheiros de viagem e guia seguiram sem ela. Pouco depois retornaram ao local, mas a jovem já havia caído. Ao , o engenheiro florestal formado pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e guia de turismo cadastrado no Ministério do Turismo, Felipe Campos, afirma que passeios em grupo necessitam de cuidados redobrados e alerta que os membros não devem se separar em hipótese alguma.

 

“É preciso andar sempre juntos. Normalmente quando são grupos maiores, sempre colocamos dois guias para estar auxiliando, porque caso aconteça alguma coisa com alguém, um guia pode seguir adiante e o outro guia pode retornar com a pessoa se for necessário”, adverte.

 

Felipe ainda recomenda que os turistas sempre se atenham às orientações dos guias, já que, por passar muitas vezes pelas trilhas e conhecer a geografia e elementos dos locais, vão poder garantir a segurança dos integrantes do grupo. Ele ainda alerta os viajantes para que sempre que possível questionem aos guias sobre regiões que podem ser adequadas para mergulhos, ou que podem ter bancos de areia, pedras, trilhas mais densas, e outros fatores que podem ser dificultosos para o aproveitamento da viagem.

 

Além disso, em casos de intercorrências na viagem ou situação de emergência, quando não houver mais de um guia ou em local sem sinal para acionar o resgate, é preciso que o grupo inteiro retorne pelo caminho inicial que fizeram para evitar novos problemas.

 

“Jamais deixe uma pessoa sozinha em um local desconhecido. Nunca se deixa ninguém para trás. Temos que pensar que pode acontecer com qualquer pessoa que esteja fazendo um passeio, uma trilha, uma escalada. Então, se coloque no lugar do outro. E se fosse comigo? Porque é o mínimo de empatia, se tivesse acontecido comigo, gostaria de receber uma certa assistência. É fundamental isso”, aconselha.

 

O guia também salienta a importância de se fazer um bom planejamento e uma pesquisa detalhada sobre o local que vai conhecer e a confiabilidade da empresa ou agência que está por trás da viagem. É preciso pensar desde as roupas, equipamentos e outros itens para a viagem, mas também se precaver em caso de locais arriscados, principalmente para aqueles que são fãs da adrenalina, como cita Felipe.

 

“Um cuidado muito especial também, quando você está planejando uma viagem internacional, o mínimo é você ter um seguro viagem. Hoje existem várias modalidades de seguro para diversos segmentos, um deles é o seguro viagem. Ele cobrir desde um remédio que você precisar, até mesmo um traslado de corpo. No caso, é o que aconteceu com a Juliana, pois a família precisar transladar o corpo dela da Indonésia para o Brasil. É um seguro que cobre esse tipo de evento, a gente nunca quer utilizar obviamente, mas é bom ter”, cita.

 

Felipe recomenda ainda que principalmente mulheres que viajam sozinhas sempre tenham um roteiro de viagem bem estruturado e façam uma boa checagem em avaliações de outras pessoas que já viajaram com aquela empresa, agência ou para aquele local e se possível estar acompanhada de outras mulheres.

 

“Recebemos muitas mulheres nos nossos passeios. Cerca de 80 a 85% das pessoas nos passeios são mulheres e muitas delas viajam sozinhas e acabam se conectando, se conhecendo, fazendo amizades nas trilhas. Então, é muito importante pesquisar sempre. No Instagram, Google, avaliações, no Tripadvisor, procurar também os meios oficiais, no caso do Brasil, tem o Ministério do Turismo, tem o Cadastur, que é vinculado ao Ministério do Turismo, lá tem acesso a todos os guias e todas as empresas de turismo que estão lá cadastradas. Isso é muito importante também”, conclui.

 

Caso Juliana 

Juliana Marins fazia viagem a Indonésia quando, durante uma trilha nas proximidades de um vulcão, a jovem caiu em um barranco com centenas de metros de profundidade, em direção ao lago Segara Anak, na região do monte Rinjani, na sexta-feira (20). A trilha cercada por desfiladeiros leva ao cume do Rinjani. Juliana caiu cerca de 300 metros abaixo do ponto inicial onde o grupo havia passado.

 

Foi noticiado que no sábado (21) equipes deram início às operações de busca, que se estenderam pelos dias seguintes e foram interrompidas várias vezes por condições climáticas adversas. Um drone de turistas captou imagens da jovem ainda viva e sentada na encosta.

 

Já no domingo (22) o Itamaraty emitiu pronunciamento informando que mobilizou autoridades locais em alto nível, com o embaixador em contato direto com agências de resgate. Dois funcionários da embaixada brasileira na Indonésia se deslocaram para o local para acompanhar as buscas e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieria, fez contatos para solicitar reforços nas operações.

 

Na segunda-feira (23) as tentativas de resgate foram interrompidas devido ao mau tempo. Já havia sido informado que buscas não ocorreriam à noite. A página no Instagram @resgatejulianamarins afirmou que a equipe de resgate desceu 400 metros, mas estimou que Juliana estaria mais longe, a cerca de 650m. Dois helicópteros, posicionados na ilha de Sumbawa e na capital, Jacarta, estariam de prontidão para decolar.

 

Na terça (24) autoridades do parque onde aconteceu o acidente fecharam trecho da trilha onde estavam tentando realizar o resgate para evitar a aglomeração de turistas curiosos. No mesmo dia, a página no Instagram @resgatejulianamarins confirmou que Juliana foi encontrada morta. O corpo da jovem foi resgatado na quarta (25). Nas redes sociais, internautas brasileiros criticaram a demora para o resgate e até mesmo acusaram negligência das autoridades da Indonésia.  

 

Autópsia no corpo da jovem indica que ela morreu 20 minutos após o trauma. Foi apontado ainda que ela teve "fraturas múltiplas e lesões internas", mas que não sofreu hipotermia. 

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