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1.500 alunos 27.02.2025 | 12h12

Após reunião, aulas no Liceu são mantidas e reforma será por etapas

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Maria Klara Duque - Especial para o GD

maria.klara@gazetadigital.com.br

Michel Alvin / Secom-MT

Michel Alvin / Secom-MT

Em reunião com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), a direção da Escola Liceu Cuiabano conseguiu por fim no projeto de reforma que previa o fechamento integral da unidade de ensino. Com isso, cerca de 1.500 alunos seriam remanejados para outras escolas. A reunião ocorreu após forte mobilização de professores, alunos e servidores, que se manifestaram contra a medida.

 

Conforme apurado pelo , a Seduc propôs 3 soluções alternativas durante a reunião extraordinária, para a continuidade das aulas sem a necessidade de realocação dos alunos, sendo elas:

 

Manter a escola funcionando e reformar por etapas, garantindo que as aulas continuem normalmente enquanto as melhorias estruturais são realizadas.

 

Alugar um prédio para transferir temporariamente a escola, o que exigiria um novo planejamento logístico.


Realocar alunos e servidores para escolas próximas, seguindo a proposta inicial de fechamento temporário da unidade.

 

Leia também - Com 1.500 alunos, Liceu Cuiabano será todo fechado para reforma; comunidade se revolta


A primeira opção foi escolhida, garantindo que a escola continue operando enquanto as reformas ocorrem de forma setorizada. O diretor da escola, Lucas Vaz, afirmou que houve um desencontro de informações, mas com a reunião foi possível dialogar e conversar com o secretário de educação, Alan Porto.

 

"Eu quero deixar os pais que ontem ficaram bem estarrecidos com a notícia, tranquilos que a escola vai permanecer aberta, a reforma vai acontecer com os alunos e profissionais lá dentro da escola, e a gente vai reorganizar o espaço para a gente conseguir fazer com que o Liceu Cubano seja ainda melhor do que ele já é". 

 

Em entrevista, o secretário de educação afirmou que os alunos continuarão na escola e salas temporárias serão criadas para auxiliar na logística. "Vai ser feita essa obra, com apoio de toda a comunidade, isolando algumas áreas, mas os estudantes ficam no Liceu e em 2 anos é o cronograma de execução dessas obras. Liceu cada vez mais vivo, respeitando ali a cultura e a gente sabe que é uma escola muito importante para o estado de Mato Grosso e muito importante para a cidade de Cuiabá".

 

Revolta dos educadores

O principal motivo da indignação foi a forma como a Seduc se referiu ao destino dos alunos e profissionais da escola. No comunicado, a secretaria afirmou que todos seriam "pulverizados", termo que gerou críticas e interpretações negativas entre a comunidade escolar.


O professor de Física Waldir Montenegro expressou sua insatisfação com a comunicação da Seduc, ressaltando que a palavra usada foi desrespeitosa. "Foi essa frase que eles usaram: 'pulverizados'. Você pulveriza inseto. A classe de professores, não. Nós começamos o ano letivo agora, iríamos apresentar os resultados do Enem, que foram super satisfatórios, e de repente o governo chega e fala em redimensionamento. Na verdade, foram até pejorosos ao falar em pulverização", criticou o professor.

 

A decisão também preocupa os alunos. Com mais de 1.500 estudantes matriculados e cerca de 600 na fila de espera, muitos temem que a reforma seja um pretexto para o fechamento definitivo da unidade, como ocorreu com a Escola Estadual Nilo Póvoas.

 

"A gente sabe que eles querem transformar o prédio em outra coisa, provavelmente alguma secretaria ou algo da Diretoria Regional de Educação (DRE). Eu tenho medo porque essa é a escola mais perto da minha casa, tem transporte direto. Se eu for para outra escola, terei que pegar dois ônibus, e isso é complicado", disse uma estudante que preferiu não se identificar.

 

Para os profissionais que trabalham no Liceu Cuiabano, a escola precisa de reformas, mas o fechamento total da unidade não seria necessário. O auxiliar de comunicação Phelipe Raphael destacou que a instituição tem problemas estruturais pontuais, que poderiam ser resolvidos sem interromper as atividades.

 

"Temos Olimpíadas, feira de ciências, feira gastronômica e formatura programadas. Com o fechamento, todos esses projetos serão cancelados. Isso impacta os alunos, professores e a comunidade escolar como um todo", ressaltou Raphael.

 

O professor de Geografia Nusa Amorim, que atua na educação há mais de 30 anos, lembrou que já viveu situação semelhante quando lecionava no Colégio Presidente Médici. Na época, a escola passou por uma grande reforma sem interromper as aulas. "Durante praticamente três anos tivemos reformas acontecendo, mas as atividades continuaram. Houve dificuldades, claro, mas a escola não precisou fechar. O Liceu poderia passar pelo mesmo processo", avaliou.

 

Patrimônio histórico ameaçado?


Fundada em 1944, a Escola Estadual Liceu Cuiabano “Maria de Arruda Muller” tem um papel fundamental na história educacional de Mato Grosso. Entre seus ex-alunos, estão figuras como os marechais Cândido Rondon e Eurico Gaspar Dutra, além dos ex-governadores Carlos Bezerra, Dante de Oliveira e Júlio Campos.

 

O prédio da escola foi tombado como patrimônio histórico estadual em 1985. No entanto, a comunidade escolar teme que a reforma seja apenas um pretexto para desativar a unidade e dar outro destino ao prédio, como ocorreu com outras escolas tradicionais.

 

"O Nilo Póvoas era uma das maiores escolas de Cuiabá e simplesmente desapareceu. O mesmo pode acontecer com o Liceu Cuiabano", alertou o professor Nusa Amorim.

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Comentários

souza - 27/02/2025

Se ocorrer algum acidente quero ver professores e pais de alunos reclamarem...uma obra de manutenção não é pintar parede não.. Espero que não tenhamos acidentes, e se houve a culpa já sabemos de quem é.... Transformou uma decisão administrativa em uma decisão por causa de movimentação política que não considera a realidade e dos riscos.. uma pena essa visão enviesada na gestão pública...essa turma ainda vai dar um prejuízo incalculável...

JOAO GUEDES BRAZ - 27/02/2025

Se fecharem o Colégio para reformas, é o mesmo que acabar com a escola, a obra vai parar, isto é líquido e certo - são inúmeros colegios com obras paralisadas já há anos, a obra vai até começar, mais as propinas são pagas as autoridades logo nos primeiros meses, o dinheiro acaba e as obras vão logo logo paralisar, vide - BRT - VLT e milhares de exemplos.

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