CULTURA POPULAR 07.08.2019 | 10h31

viviane@gazetadigital.com.br
Rafa Bastos
Consagrado campeão do 13º festival de siriri de Cuiabá de 2019, o grupo de siriri Flor do Campo traz o orgulho e a riqueza cultural dos negros que lutam para manterem vivas suas raízes. O espetáculo Negritude será apresentado na sexta-feira (9), às 20h30, no Cine Teatro Cuiabá. Os ingressos custam R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia) e quem doar um quilo de alimento paga o valor do ingresso solidário: R$ 20.
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Tereza de Benguela , mãe Bonifácia, São Benedito, São Sebastião , capoeira, maculelê, Missa dos Quilombos, lavagem das escadarias do Rosário, as Baianas e tantos outros ícones da cultura afro-brasileira se farão presentes na noite especial.
Ovacionado durante o Festival de Siriri, realizado em Cuiabá no mês de maio, tendo levado nota máxima em todos os quesitos, o grupo evidencia em sua apresentação a luta feminina negra ancestral, aquilombando a diversidade étnica, nos pautando desde o período em que negros e indígenas eram escravizados, de Vila Bela a Cuiabá, sem deixar esquecer a herança dos siriris de devoção aos santos, São Benedito, São Sebastião, Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora do Rosário e tantos outros praticados nos quintais.
De acordo com a criadora do grupo, Matilde Silva, o espetáculo é um refúgio de sobrevivência, resistência e grito dos negros. “Momento em que o Flor do Campo exprime feminilidade, tradição e ancestralidade ao som do mocho, repique do ganzá e da viola de cocho, homenageando a rainha e liderança em busca pela liberdade: Tereza de Benguela”.
A participação especial fica por conta da Cia de Teatro Cena Onze, Grupo de Capoeira Porto da Barra, Grupo das Religiões de Matriz Africana e Comunidade Quilombola de Mata Cavalo, além de Edmilson Maciel, que assina a produção juntamente com Flávio Ferreira, Flávia Taques, José Augusto Barbosa e Carlos Jerônimo.
"A ideia foi criar uma ambiência negra onde os valores culturais sejam resgatados, evidenciados e exaltados. O espetáculo começa quando o público pisa na calçada do Cine de Teatro e é transportado para um universo que envolve cultura, religiosidade, orgulho. O público é então convidado a uma reflexão sobre o negro na nossa sociedade", destaca o diretor Flávio Ferreira.
O grupo
O Flor do Campo foi fundado por Matilde Silva, nascida em 6 de março de 1955, e como legítima cuiabana, aprendeu a dançar o siriri ‘desde que se entendeu por gente’ - afirma Matilde, com orgulho.
Surgiu em um dos lugares mais "raiz" de Cuiabá, a Ponte do Coxipó, da vontade dela, juntamente com seus pais, irmã e amigos, como os mestres da cultura popular Luiz Marques, Domingas, Antônia e seu Candí - pessoas que na década de 1980 incentivaram a sua criação.
Por sugestão de seo Luiz, e por morarem mais afastados de Cuiabá, o grupo recebeu o nome de Flor do Campo, que foi acatado pela coordenadora do grupo e sua gente.
Oficialmente em 8 de março de 1982, brota o que hoje ainda floresce. “O siriri mexe com a gente, é o batuque do tambor que dá movimento, isso é ancestral, por isso precisamos manter, porque é tão difícil continuar a lutar pela tradição”, conta.
A agremiação traz como figura lendária o Boi à Serra - representação folclórica tão presente no siriri cuiabano, principalmente como uma brincadeira nas rodas de siriri e que vem sendo passado por várias gerações. Diante desta representação folclórica, os integrantes fazem uma homenagem ao pantanal mato-grossense, evidenciando-o como uma de nossas maiores riquezas.
Assim trazem o boi como o Rei do Pantanal, passando pelas brincadeiras de rodas e a música tradicional do “Boi tá brabo no curral”.
Serviço
Espetáculo Negritude com o grupo de siriri Flor do Campo
Data: Sexta-feira – 9 de agosto
Horário: 20h30
Local: Cine Teatro Cuiabá Ingressos pode ser adquiridos pela internet – Clique Aqui!.
Mais informações pelo telefone (65) 2129-3848
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Milho Disponível
R$ 66,90
0,75%
Algodão
R$ 164,95
1,41%
Boi à vista
R$ 285,25
0,14%
Soja Disponível
R$ 153,20
1,06%
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