20.09.2014 | 10h55
Reprodução![]() Preso se exibe com celular e fone de ouvido enquanto é fotografado por colega de cela com celular |
Fotografias feitas dentro da Penitenciária Central do Estado (PCE) mostram vários presos se exibindo com celulares e fones de ouvido, equipamentos proibidos na unidade, mas que entram sem dificuldades dentro da maior unidade prisional do Estado que tem mais de 2 mil presos e só dispõe de um aparelho de raio x portátil para averiguar as sacolas dos visitantes. A reportagem do Gazeta Digital obteve as fotos por meio de um servidor. As imagens estavam armazenadas em um dos celulares apreendidos recentemente dentro do presídio.
“Tive acesso a estas fotos pelo celular aprendido com o preso, fiz uma copia das imagens. Indignação total. Eles usam os aparelhos livremente dentro da unidade", afirma um servidor que não terá o nome divulgado.
Casos de uso de celulares nos 3 maiores presídios de Cuiabá não são raros. Em alguns deles, houve até situações em que presas estavam usando equipamentos com internet para atualizar seus perfis em redes sociais e divulgar fotos sensuais. Somente na Penitenciara Feminina Ana Maria do Couto May foram 2 situações constatadas este ano em que presas atualizaram perfis em redes sociais.
Reprodução![]() Fotos estavam em um celular apreendido na unidade |
Agora, fotografias feitas por celulares utilizados por presos da PCE mostram alguns deles se exibindo com os equipamentos ilegais dentro da unidade. “Estes das imagens são presos condenados, já fizeram muito mal nas ruas, com essa liberdade, continua fazendo mais mal, e prejudicando os outros. Quando o governo vai dar condições para nós agentes trabalhar e mudar essa realidade?”, questiona o servidor.
Na última quarta-feira (17), houve uma varredura no raio 3 da PCE e os agentes apreenderam 105 celulares, 136 chips e 4 quilos de drogas entre pasta-base de cocaína e maconha. O titular da Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos, Luiz Antônio Pôssas de Carvalho, em entrevista ao Gazeta Digital por telefone lançou suspeição sobre alguns servidores. “Só pode ser conivência, não tem outra forma. Já determinei à inteligência que olhe o circuito de TV e verifique, não é possível. Há pouco tempo fizeram uma vistoria e só localizaram 8 celulares”, disse ele à ocasião.
Por sua vez, o presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários de Mato Grosso, João Batista de Souza, emitiu nota de repúdio contra o secretário e o culpou pelo aumento de entrada de objetos ilícitos na unidade. Por conta disso, a Sejudh emitiu uma nota desmentindo a declaração.
![]() Secretário também publicou em seu perfil no Facebook que os objetos ilícitos entram com a conivência de alguns |
O Gazeta Digital reafirmou o conteúdo da entrevista e constatou ainda que Luiz Antônio Pôssas de Carvalho também publicou em seu perfil no Facebook um comentário dizendo que os “ilícitos entram com a conivência de alguns que precisam ser expurgados da categoria”. A publicação na rede social foi feita no dia 18, mesma data em que ele enviou nota negando ter dito em entrevista ao GD tratar-se de conivência de alguns servidores.
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