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O SOM SE REIVENTA 09.11.2025 | 12h50

Das AMs às web rádios; os novos caminhos do som local

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Maria Klara Duque - Especial para o GD

maria.klara@gazetadigital.com.br

Gazeta Digital

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No ar há mais de um século, o rádio sobreviveu à chegada da televisão, à popularização da internet e à ascensão das redes sociais. Mesmo diante de tantas transformações tecnológicas, o meio continua a cumprir o mesmo papel: informar, entreter e ser companhia diária para milhões de brasileiros.

De acordo com o Inside Audio 2023, o rádio continua entre os meios mais ouvidos do país: 8 em cada 10 pessoas nas regiões metropolitanas escutam rádio diariamente, com média de quase 4 horas por dia. A pesquisa também revela que o público percebe o meio como confiável, 64% dos ouvintes dizem confiar nas notícias transmitidas.

 

Mesmo com o avanço dos podcasts e das plataformas de streaming, mais da metade dos brasileiros ouve rádio tanto quanto ou mais do que há 6 meses. O hábito de escutar em casa ou no carro ainda predomina, e a música segue como o conteúdo favorito, seguida por noticiários locais e transmissões esportivas.

 

Em Mato Grosso, o rádio tem se reinventado sem perder a identidade. Das transmissões em AM e FM às lives no YouTube e aos programas em web rádios, o som local encontrou novas plataformas para ecoar suas histórias, sotaques e emoções.

 

Para celebrar o Dia do Radialista, 07 de novembro, 3 profissionais de gerações diferentes compartilham suas experiências, memórias e visões sobre o futuro do rádio, que continua a se transformar sem jamais silenciar.

 

A força da tradição

 

Mel Rodrigues

Darling Rodrigues

 

Darling Rodrigues é uma das vozes mais conhecidas do rádio mato-grossense. Apresentadora dos programas Gazeta Show Business e Ligação Gazeta, ela recorda que o amor pelo rádio começou ainda na infância, ouvindo as transmissões que animavam os dias no sítio onde cresceu.

 

“Eu ficava super curiosa com aquelas vozes que pareciam falar direto com a gente. Quando fui à cidade e entrei numa emissora, me apaixonei. Ali eu soube que era aquilo que eu queria fazer. O rádio virou parte de mim, nele criei minha filha e construí minha vida.”

 

Com mais de duas décadas de experiência, Darling viu o rádio passar do vinil ao digital, do gravador à transmissão simultânea nas redes sociais. Para ela, a tecnologia trouxe novas formas de alcance, mas a essência da comunicação continua a mesma.

 

“Hoje tudo é mais rápido, mais conectado. Mas o público ainda busca o mesmo: proximidade, emoção e verdade. A tecnologia muda o formato, não o coração do rádio.”

 

Adaptação necessária

 

Com 32 anos de profissão, o radialista Max Weber testemunhou as mudanças que moldaram o rádio contemporâneo. Ele começou como discotecário, quando os programas eram conduzidos manualmente, com fitas, cartuchos e vinis. Hoje, divide o estúdio com telas, softwares e transmissões ao vivo pela internet.

 

“Se a rádio não entrar no sistema digital, vai ficar para trás. Já tem emissora fechando porque não acompanhou o tempo. O ouvinte de hoje é imediatista: muda de estação, pula o comercial. Por isso, o locutor precisa se reinventar, falar algo que prenda, que faça diferença.”

 

Maria Klara Duque

Max Weber

 

Max acredita que, mesmo com todas as transformações, há algo no rádio que nenhuma tecnologia substitui: o vínculo emocional.

 

“Quando você ouve uma música na internet e depois no rádio, a sensação é diferente. Ainda existe magia nisso. O rádio não vai desaparecer, ele vai se transformar, como sempre fez.”

 

A nova geração que fala com o mundo

 

Recém-formada em Jornalismo, Beatriz Abrahão representa a nova geração de comunicadores que enxergam o rádio como um espaço plural, dinâmico e digital. Ela atua em uma web rádio esportiva, formato que vem conquistando cada vez mais público em Mato Grosso e em todo o país.

 

“Meu primeiro contato com o rádio foi como entrevistada, num programa musical. Depois comecei a participar falando sobre esporte e me apaixonei. Estar no jornalismo é isso: conhecer de tudo um pouco.”

 

Para Beatriz, as web rádios representam um marco de democratização do meio.

 

“Hoje é possível ouvir uma rádio de qualquer lugar do mundo. Isso torna o rádio mais acessível e aproxima públicos diferentes. As plataformas digitais permitem que o conteúdo local ganhe visibilidade global.”

 

Mesmo enfrentando desafios técnicos como a dependência da internet e de equipamentos, ela acredita que o futuro passa pela integração entre rádio, vídeo e redes sociais.

 

“As rádios estão se modernizando, acompanhando as mudanças digitais, mas sem perder o espaço. As redes sociais e os podcasts são aliados que ajudam a manter o público perto.”

 

Para o professor Edson Luiz Spenthof, doutor em Comunicação e docente da UFMT Câmpus Araguaia,

a migração do AM para o FM e o avanço das transmissões digitais ampliaram o alcance e a qualidade do rádio, especialmente em cidades menores. Segundo ele, as web rádios surgem como alternativa viável e democrática, facilitando o acesso à informação local.

 

Spenthof destaca ainda que o papel social do rádio permanece forte, mesmo com as novas tecnologias. “O rádio continua sendo o veículo da companhia, da voz próxima, que informa e emociona. O desafio é se adaptar aos novos públicos sem perder a essência”, afirma.

 

O som que não se cala

 

De vozes que atravessaram décadas a novos talentos que se formam nos estúdios virtuais, o rádio segue firme, agora em múltiplas plataformas, formatos e linguagens. A era digital não encerrou um ciclo, apenas abriu outro.

 

Darling, Max e Beatriz concordam em um ponto: o rádio é, antes de tudo, presença. Seja pelas ondas do AM, pelas transmissões em vídeo ou pelos aplicativos de celular, ele continua sendo uma companhia viva e acolhedora.

 

“O rádio do futuro é multiplataforma, mas com a mesma essência, a voz que conecta e acompanha”, resume Darling Rodrigues.

 

Enquanto o mundo muda de frequência, o rádio segue no ar, reinventado, conectado e mais humano do que nunca.

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