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DEU EM A GAZETA 25.12.2025 | 07h00

Em meio a desafios e fé, elas ensinam o verdadeiro sentido

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Cristiane Guerreiro

redacao@gazetadigital.com.br

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O Natal, visto pelos olhos de uma criança, vai além de presentes e luzes. Para quem enfrenta uma doença, vive em situação de vulnerabilidade econômica e social ou cresce amparado pela fé, a data ganha novos significados: esperança, cuidado, união e amor. Em meio a realidades tão distintas, são essas crianças que revelam, com palavras simples e sinceras, como o Natal pode ser sentido de forma profunda, mesmo quando a vida impõe desafios desde cedo.

 

Se eu fosse desenhar o Natal, eu ia fazer um monte de casas todas enfeitadas, cheias de pisca-pisca, diz Mariele Moraz Corrêa, de 11 anos. Para ela, o Natal é sinônimo de cor, enfeites e alegria. Na rua onde mora, em Rondonópolis, apenas a casa dela e a de um vizinho têm luzes de Natal. Eu acho lindo quando a casa fica decorada, dá uma alegria.

 

Todos os anos, Mariele viaja no Natal para se reunir com a família. Neste ano, porém, a celebração precisou ser diferente. Em tratamento no Hospital de Câncer de Mato Grosso (HCan), Mariele recebeu liberação médica para passar o Natal apenas na cidade onde mora, sem poder viajar. Ainda assim, o significado da data permanece forte. Uma das lembranças mais especiais para ela é o momento de montar a árvore de Natal, um costume que faz parte da sua história.

 

Ao falar sobre seus Natais, Mariele lembra com carinho do preferido, que foi no ano passado. Foi o melhor Natal porque eu brinquei com meus primos, pulei corda até tarde e a gente foi na cachoeira.

 

Este ano, mesmo com a rotina de tratamento, ela já montou a árvore e realizou o grande sonho de ganhar uma bicicleta que tanto queria.

 

O câncer cerebral de Mariele foi descoberto em 2024, ano em que iniciou o tratamento. Desde então, o hospital também passou a fazer parte de suas memórias natalinas.No HCan a gente andou no caminhão da Coca-Cola com o Papai Noel.

 

Sempre tem coisa diferente nessa época do ano e eu gosto. Sem perder as esperanças, ela deixa uma mensagem para outras crianças que vivem a mesma realidade. Queria falar para meus amigos do hospital que o Natal é uma data especial e que Jesus está vivo com vocês.

 

Esperança

Também em tratamento, Kalica Isadora, de 10 anos, diagnosticada com leucemia, revela que se o Natal tivesse um sabor, seria doce. Eu gosto do Natal e das histórias do Papai Noel, mas o Natal é viver em Jesus. Ela explica que mesmo nos dias difíceis, a chegada da data traz conforto. Quando eu fico triste, começo a ficar feliz quando lembro que o Natal está chegando.

 

Kalica conta que sempre faz pedidos de Natal. Neste ano, além dos brinquedos, tem um desejo especial: que o tratamento contra a leucemia acabe logo. Ela ainda segue em acompanhamento médico periódico. Seu maior sonho é voltar à vida normal que tinha antes de descobrir a doença.

 

Com a simplicidade de quem enxerga o mundo com esperança, Kalica tem também um desejo que vai além do próprio Natal. Eu espero que todas as pessoas sejam felizes e que o pedido de todo mundo se realize.

 

Mesmo em tratamento, Kalica nunca deixou de passar o Natal com a família. Uma das partes que mais gosta é a ceia, momento de união e partilha. Neste ano, ela também deseja presentear a avó, Lenita Salermo. Ela me criou desde pequena e sou feliz porque cuida de mim com amor.

 

Desejos

Vivendo em vulnerabilidade econômica e social, Gabriel de Oliveira Conceição, de 12 anos, morador da área de ocupação Silvanópolis, em Cuiabá, também guarda um olhar sensível sobre o Natal. Ele conta que nem sempre a família consegue comemorar a data, mas que ainda assim o Natal nunca passa em branco. É um dia especial, que representa felicidade e amor. A gente sempre está junto em família e é isso que importa.

 

Gabriel diz que gosta de brincar no Natal com os amigos e lembra com alegria do presente que ganhou no ano passado, uma bola. Animado, ele revela que sonha em ganhar, neste ano, o primeiro carrinho de controle remoto. Minha mãe não consegue comprar, mas eu não deixo de acreditar. Assim como não deixo de acreditar que um dia a gente vai ter uma árvore de Natal em casa para montar.

 

Além dos brinquedos, Gabriel carrega um sonho maior. Quero um dia poder dar uma casa melhor para minha mãe. O irmão Isaac, de 11 anos, também espera ganhar brinquedos neste Natal.

 

A mãe, Raimunda Peres, explica que, apesar das dificuldades financeiras, faz questão de ensinar aos filhos o verdadeiro significado da data, que celebra o nascimento de Jesus. Neste ano, a família vai passar o Natal em casa, reunida, mesmo sem uma ceia especial.

 

No bairro CPA 3, em Cuiabá, o Natal é vivido a partir da fé católica pela família de Geovana Hagata e Paulo Sidiney. Os filhos do casal foram criados em um ambiente religioso e mantêm tradições próprias da época, reforçando valores como a caridade. Para Maria Inês, de 12 anos, o Natal representa o nascimento de Jesus, que traz esperança, alegria e paz. Entre as tradições favoritas, ela destaca montar o presépio. O que me faz sorrir no Natal é olhar para o presépio.

 

Para ela, Jesus gostaria que o Natal fosse cheio de caridade e amor, algo que a família procura colocar em prática ajudando pessoas humildes. O que eu mais espero é que todos lembrem do amor de Jesus e se pudesse dar um presente ao mundo, seria a volta de Jesus.

 

O irmão José Felipe, de 8 anos, também associa o Natal à fé. Natal é Jesus, amor e confiança. Ele diz que espera que todas as pessoas sejam felizes, mesmo aquelas que têm pouco. Ele espera que São Nicolau deixe uma lembrancinha para todas as pessoas. Para ele, o Natal perfeito seria brincando e ajudando.

 

Já Teresa Maria, de 6 anos, define o Natal de forma simples e direta: Natal precisa de amor. É isso que Jesus quer. Neste Natal, ela gostaria de dar uma rosa de presente para todas as pessoas e deseja amor no mundo inteiro. Para ela, o Natal perfeito é estar com a família e os amigos.

 

Entre hospitais, casas sem enfeites e lares guiados pela fé, as histórias de Mariele, Kalica, Gabriel, Maria Inês, José Felipe e Teresa Maria revelam que, para uma criança, o Natal não se resume ao que se tem, mas ao que se sente.

 

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