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25.05.2017 | 17h21

Entidades médicas vão processar deputado que chamou médico de mentiroso

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O caos instalado no Hospital Regional de Sorriso (420 Km ao norte de Cuiabá) denunciado esta semana pelo diretor técnico da unidade, Roberto Satshi Yoshida, continua repercutindo negativamente e agora o Conselho Regional de Medicina (CRM-MT), Sindicato dos Médicos de Mato Grosso e a Associação Médica de Mato Grosso também entraram na discussão.

Após a denúncia do profissional e a informação de que ele foi destituído do cargo de diretor após denunciar que a unidade corria o risco de fechar por causa de atrasos de repasses por parte do governo do Estado, o deputado estadual Gilmar Fabris (PSD) tentou defender o governo do Estado e disparou críticas contra o médico taxando-o de mentiroso ao dizer que foi demitido após chorar em frente às câmeras quando relatava o caos na saúde no município de Sorriso. Assista a entrevista de Fabris chamando o médico de mentiroso.

                     

Em resposta às críticas do parlamentar, as entidades classistas que representam os médicos divulgaram uma carta de repúdio contra Fabris. Afirmam que a conduta do deputado configuram quebra de decoro parlamentar e ofende os trabalhadores, servidores públicos e os médicos de um modo geral. Antecipam também que tomarão as medidas necessárias para garantir a permanência das unidades de saúde em funcionamento, empregando as medidas judiciais e administrativas necessárias para as ofensas lançadas contra os trabalhadores não saiam impunes. A íntegra da nota está publicada logo abaixo do texto.

Marcos Lopes/AL

Gilmar Fabris chamou médico de mentiroso para defender governo

“Em que pese o deputado ter a obrigação de exercer seu controle externo de fiscalização e combater as irregularidades do Poder Executivo, o próprio deputado Gilmar Fabris afirma não conhecer a realidade do hospital de Sorriso e certamente não conhece a dos outros Hospitais Regionais do Estado que há muito tempo sofrem com a má gestão dos serviços públicos”, diz trecho da nota assinada em conjunto pelas 3 entidades classistas.

Em outro trecho da nota afirmam que Gilmar Fabris “ao invés de exercer seu controle externo de fiscalização de parlamentar frente ao Executivo, impedindo o sucateamento e fechamento das unidades de saúde, opta por ofender a honra dos médicos, ao proferir injúrias em face ao médico Dr. Roberto Satoshi sem conhecimento de causa”.

As declarações de Fabris serão contestadas pelas entidades que representam os médicos. “Neste ato, as referidas entidades tornam público o fato de que tomarão as medidas necessárias para garantir a permanência das unidades de saúde em funcionamento, empregando as medidas judiciais e administrativas necessárias para que as ofensas lançadas contra os trabalhadores não saiam impunes”.

Por fim a nota afirma que o médico Roberto Yoshida agiu nos exatos termos do seu Código de Ética. Ressalta que apontar falhas em normas, contratos e práticas internas das instituições em que trabalhe quando as julgar indignas do exercício da profissão ou prejudiciais a si mesmo, ao paciente ou a terceiros, devendo dirigir-se, nesses casos, aos órgãos competentes, e, obrigatoriamente, à comissão de ética e ao Conselho Regional de Medicina de sua jurisdição são algumas das obrigações desses profissionais.

“Nesse sentido, as entidades médicas encorajam todos os profissionais a exercerem suas prerrogativas médicas denunciando as más condições de trabalho a que estão sujeitos para que, em conjunto com toda sociedade, possam exigir que a Saúde do Mato Grosso seja gerida com mais responsabilidade e eficiência”.

Na semana passada, a diretora regional, Lígia Souza Leite já tinha denunciado publicamente a situação e afirmou que a unidade teria que fechar as portas caso a situação continuasse a mesma. Na última segunda-feira (23), durante audiência pública promovida pela Câmara de Vereadores de Sorriso para debater a situação da unidade, ela colocou o cargo a disposição do governo.

Segundo Satoshi, em 30 anos atuando como médico, nunca havia presenciado uma situação tao preocupante como a vivenciada na saúde pública de Mato Grosso. “Suspendemos os atendimentos eletivos e estamos avaliando suspender também os de urgência e emergência. Nosso estoque de comida acaba nesta quarta-feira (24) e o gás de cozinha e o medicinal dará no máximo até para sexta-feira (26). Impossível manter as portas abertas com esse cenário”, pontuou Satoshi.

Chorando, Roberto Satoshi disse que as lágrimas representam a tristeza e preocupação de toda a equipe que atua na unidade. “Há alguns meses achei que estávamos no fundo do poço, mas percebi que esse fundo é ainda mais profundo e obscuro do que imaginava”. Confira no vídeo a entrevista emocionada do médico.

                      

Diretores substituídos

Depois das denúncias, Lígia Souza Leite foi exonerada do cargo de diretora regional a pedido. Ela continua no hospital como enfermeira concursada. Roberto Yoshida, pediu demissão do cargo de diretor técnico da unidade após a exoneração da colega. Nesta quarta-feira (24), a unidade já estava sob nova direção.

Governo do Estado

A secretária adjunta de Serviços de Saúde, Inês de Souza Leite Sukert, viajou até Sorriso para fazer um diagnóstico da situação e preparar um plano de ação para manter a unidade funcionando. Ela participou de audiência pública promovida pela Câmara de Vereadores e disse que "não estão medindo esforços para garantir o atendimento à população". Nesta quarta-feira, o governador Pedro Taques e o secretário estadual de Saúde, Luiz Soares, também se reuniram com deputados estaduais no Palácio Paiaguás, sede do governo, para elaborarem um plano emergencial para a saúde.

Luiz Soares revelou um passivo de R$ 162 milhões relativos aos repasses aos hospitais regionais. Já o governador Pedro Taques disse que a meta é zerar esse passivo até a primeira quinzena de junho. Soares informou ainda que o passivo junto aos municípios, relativo aos exercícios anteriores, é de R$ 33 milhões, que também serão equacionados na proposta a ser apresentada pelo Governo.

Reprodução

 

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Comentários

VALMIR LUIZ BRITO BRITO - 26/05/2017

esse cidadao ai que se diz deputado , e um bandido..... ja foi denunciado.... nao dei porqiue ainda se diz deputado... nao tem noçao nehuma .. ele que tem quer ser casssado destituido dessa casa fslida asssembleia

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