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DOM DO PAI 15.08.2021 | 14h50

Ervas calmantes são as mais procuradas durante pandemia

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Luiz Leite

Luiz Leite

Há quase 40 anos o raizeiro Manoel Martins das Chagas, 67, comercializa ervas medicinais no centro de Cuiabá. O conhecimento das plantas é herança de família e um legado que ele já passou aos filhos. O vendedor acredita que o aprendizado é um dom e graças aos produtos naturais onseguiu criar os 7 filhos. Durante o último ano, ele teve que se reiventar para manter as vendas. Contudo, neste período, ele observou o aumento da procura por chás calmantes e para o estômago. 


Nascido na região de Chapada dos Guimarães, o comerciante conta que foi criado na área rural e acostumado a andar pelo mato, onde aprendeu sobre as plantas e suas propriedades. Todo tipo de doença ou desconforto era tratado com chás, naquela época. Os ensinamentos adquiridos foram convertidos em trabalho e sustento da família.


“Eu aprendi quando era moleque, na roça. A mãe, os pais, os avó pediam pra gente ir buscar e falava: esse aqui é de tal. Tipo nó-de-cachorro. A gente gravava aqui na mente. Ia buscar no mato e ai se pagasse errado. Foi assim que aprendi”, lembra o raizeiro.

 

Luiz Leite

Raizeiro

 

Monoel Martins conta que transformou o dom do conhecimento das plantas em trabalho quando se mudou para Cuiabá. Sem emprego, e já fazendo as indicações de ervas a quem pedia sua ajuda, o homem passou a vender os pacotes de diferentes folhas e raízes com as indicações de uso.


“Cada um tem um dom dado pelo pai. O meu é esse. São milhares de plantas e eu tenho muitas aqui. É preciso reconhecer qual é e pra que serve tal chá. Tudo a gente tem que saber”, explica.


Hoje o comerciante não busca mais no mato as ervas para vender. Ele tem fornecedor que encaminha as ervas diretamente de São Paulo, Curitiba e pouco de Mato Grosso. As plantas também são encontradas aqui no estado, mas o trabalhador alega que sai mais caro comprar aqui.


Desde quando se mudou no interior e “se virou” para sobreviver na capital, o raizeiro conta que já manteve sua banca de medicina natural em vários pontos da cidade. A primeira foi na avenida Generoso Ponce, depois se mudou para o Shopping Catedral e há 18 anos está estabelecido na Feira de Artesanatos entre a Catedral Basílica Bom Jesus de Cuiabá e o Palácio da Instrução.


“Eu tenho clientes que compram de mim desde antes de eu me estabelecer aqui no Beco da Matriz. Tenho uns 3 clientes que compram comigo há mais de 20 anos. Aí um fala pro outro, minha propaganda é o boca-boca”, relata.

 

Luiz Leite

Raizeiro

 

O comerciante afirma que desde que a pandemia de covid-19 chegou a Mato Grosso as ervas que mais vende são aquelas com propriedades calmantes, que combatem a ansiedade e a depressão. Há espaço especial de vendas para ervas que ajudam no emagrecimento.


“Hibisco sai muito, ele é diurético, ajuda perder uns quilinhos. O que as pessoas procuram muito também é ervas para o estômago e gordura no fígado. Coisas que ajudam a amenizar efeitos da má alimentação. Uma coisa também é que com essa doença aí (covid) as pessoas estão muito nervosas. Ele chega conversa comigo, conta que o pai morreu, primo morreu, deprimido. Usa muito remédio calmante também. Indico valeriana, melissa, alecrim, mulungu, camomila. Tudo ajuda nessa parte”, relata.

 

Legado de família
Pai de 7 filhos, Manoel Martins passou todo o conhecimento das plantas aos herdeiros. Alguns deles trabalham na barraca que mantém na feira, com a esposa. Outra se formou em biologia e tem loja de produtos naturais no bairro CPA.


Por conta da pandemia, o idoso passou 4 meses sem trabalhar na feira. Na época, a alternativa era fazer entrega dos produtos, pois os clientes não paravam de procurar pelas ervas.


“Assim fomos, remando contra a maré. Hoje ainda não voltou ao movimento de antes. Acho que as vendas recuperam 50%. Se eu disser que está normal, vou estar mentindo, conta”.

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