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ação para congresso internacional 26.07.2025 | 18h12

Falta de financiamento é desafio para avanço em pesquisas desenvolvidas em MT

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Aline Costa - Especial para o GD

redacao@gazetadigital

Aline Costa/ GD

Aline Costa/ GD

O grupo de pesquisas da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) que estuda formas de retardar Alzheimer, Parkinson e Epilepsia recebeu a oportunidade de apresentar seus resultados em evento científico na Alemanha, em 2026, e pede ajuda para as despesas da viagem internacional. Mesmo com descobertas relevantes acerca do sistema neurológico, o coordenador  destaca que a falta de incentivo financeiro ainda é um obstáculo no avanço da pesquisa científica em Mato Grosso.

 

Para ajudar com a vaquinha criada para o congresso clique aqui.

 

O projeto desenvolvido no Laboratório de Metabolismo Mitocondrial e Neurotoxicologia é filiado a UFMT e os 14 pesquisadores são coordenados pelo doutor em bioquímica Anderson Souza. O grupo é focado em 3 frentes de pesquisa, com óleos, frutos regionais e exercícios físicos a fim de entender como eles podem ser aliados ao tratamento de doenças neurológicas.

 

Leia também - Jovens de Mato Grosso unem ciência e cultura quilombola

 

Reprodução/ Instagram

Grupo de pesquisas em Lion, na França

 

Descobertas relevantes acerca do tema já foram publicadas em revistas científicas e apresentadas até na França, em 2023. A última publicação do grupo ocorreu este mês e o artigo tratava da pesquisa sobre o óleo de milho, um alimento produzido em abundância em Mato Grosso. Agora os estudiosos se preparam para apresentar resultados em um dos eventos mais relevantes da área, o Neurofly, que ocorre a cada dois anos e terá a próxima edição em 2026, na Alemanha.

 

Os custos são altos e uma vaquinha foi criada para pedir ajuda da sociedade para custear passagem e hospedagem. O valor arrecadado deve ser cerca de R$ 10 mil por estudante. Para ajudar, clique aqui.

 

“É um evento tão importante que acontece apenas a cada dois anos. Eventos assim a gente tem que participar para poder mostrar que o Brasil e mais especificamente Mato Grosso e Centro Oeste são, sim, produtores de ciência e não só de agronegócio. Somos produtores de ciência e de conhecimento. Isso é importante”, afirmou Souza.

 

Além do apoio da população, ele destaca que o grupo também é apto a receber patrocínio de empresas privadas que queiram construir com a pesquisa científica local. Os banners de apresentação possuem espaços destinados aos financiadores.

 

Dificuldades além dos Congressos

Mesmo em dias comuns, a rotina de um laboratório de pesquisa exige, além do pesquisador, materiais e insumos para seu

Aline Costa/ GD

Pesquisas sobre sistema neurológico da UFMT

 

desenvolvimento. Manter o número correto de cobaias, alimentação adequada e reposição de materiais requerem dinheiro que muitas vezes é escasso e precisa vir dos próprios estudantes.

 

A maior parte dos cientistas vinculados ao Laboratório de Metabolismo Mitocondrial e Neurotoxicologia recebe bolsas para realizar o trabalho, entretanto, o apoio financeiro se limita a isso e a pesquisa em si recebe pouco aporte. Anderson Souza explica que uma vez por ano um recurso é repassado ao laboratório, de cerca de R$ 3 mil (média de R$ 250 mensais), que é insuficiente.

 

“Boa parte das coisas compradas no laboratório é dinheiro próprio. A dieta vegana das Drosophilas, os tubos plásticos que quebram, por exemplo. Utilizamos o dinheiro pessoal já que recursos financeiros recebidos são insuficientes”, relatou ele.

 

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat) lança editais de bolsas direcionadas apenas para os pesquisadores. Além da Fapemat, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) abrem editais para custos laboratoriais, entretanto, possuem alta concorrência e os recursos, geralmente, são destinados a laboratórios com mais anos de existência.

 

Busca por financiamento 

As tentativas de conseguir recursos ocorrem em variadas frentes. Em 2024, o grupo de pesquisas conseguiu homologar um projeto a partir do Banco de Projetos e Entidades (Bapre), do Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT), com um valor de R$ 623.172,41, que garantiria a compra de equipamento para potencializar a análise dos animais estudados. O dinheiro, entretanto, ainda não foi repassado ao grupo.

 

O entrou em contato com o MPMT e questionou sobre a demora no repassa. A instituição explicou que os recursos destinados aos projetos homologados provêm de Termos de Ajustamento de Conduta (TAC) ou transações penais. O Bapre, entretanto, mesmo que homologue um projeto, não tem um prazo ou ordem específica para a destinação e entrega desses recursos.

 

“Com esse dinheiro, poderíamos comprar um equipamento que seria um divisor de águas na pesquisa do Centro-Oeste. Neste projeto, está previsto comprar um equipamento que custa cerca de 85 mil euros e a gente conseguiria ver atualizações da pesquisa em tempo real nos animais”, explicou.

 

Realizar pesquisas em Mato Grosso promove uma valorização de insumos locais. Descobertas feitas sobre óleo de milho e pequi só foram possíveis pelo olhar sensível de pesquisadores que moram e conhecem o estado.

 

Souza contou que também tenta firmar parcerias com startups e empresas privadas que desejam contribuir com a ciência. 

 

“Todo esse sofrimento de conseguir recurso, de fazer a pesquisa funcionar. Eu entendo que o dinheiro público tem que ser muito bem investido. Eu entendo perfeitamente isso. Mas o retorno que a pesquisa científica dá é inestimável, é incalculável. Incalculável”, destacou o doutor.

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