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22.03.2018 | 11h00

Faltam médicos em Mato Grosso e metade está na Capital

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Pesquisa demográfica de médicos no país aponta que em Mato Grosso o número de profissional por mil habitantes (1,64) é menor do que a média nacional. Ao todo, são 5.436 médicos.

Reprodução/Gazeta Digital

Maioria atua na capital, tem entre 30 e 39 anos, é homem e especialista

De todos os estados do Centro Oeste, o volume menor de profissionais da área foi verificado no Estado.

A maioria (50,4%) está concentrada na Capital e em Várzea Grande, deixando o interior desguarnecido.

A maioria também (60,7%) é especialista, principalmente com idades dentre 30 e 39 anos (34%), e homem (60,8%).

As especialidades que têm mais profissionais são cirurgia geral (466), clínica médica (384), pediatria (425) e ginecologia (415). E as que têm menos são genética médica (1), cirurgia torácica (6) e radioterapia (10).

Presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM-MT), Maria de Fátima Carvalho, em entrevista à Rádio Vila Real, na manhã desta quinta-feira (22), ressaltou que o maior problema exposto pela pesquisa, feita pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), com o apoio institucional do Conselho
Federal de Medicina (CFM), é a má distribuição dos profissionais da área. "Não é só a falta de médico que nos preocupa mas de toda a equipe de saúde em várias localidades", comenta.

Segundo ela, em 5 décadas, aumentou em quase 700% o número de médicos em Mato Grosso, no entanto isso não garantiu a distribuição deles e só consolidou a concentração na região metropolitana.

Ressalta que nem mesmo o programa federal Mais Médicos garantiu a cobertura de todas as cidades. O CRM é historicamente crítico ao Mais Médicos.

"É preciso uma política para fixar o profissional no interior, a exemplo do que acontece na carreira dos juízes", defende a presidente do Conselho.

"O médico, para ficar no interior, precisa ter pelo menos estabilidade de emprego, porque muda governo e ele perde o emprego, salários dignos e condições de vida, porque sente dificuldade de estabelecer a família, até mesmo em escola, não tem condições de trabalho, não tem equipamentos, não tem equipe de apoio, faltam medicamentos e insumos, não conta com leitos de retaguarda, então vive uma angústia a cada dia", ressalta.

Marcus Vaillant

Presidente do CRM, Maria de Fátima, reivindica políticas para fixação do profissional no interior

Ela lamenta que, neste contexto complicado da saúde, o suicídio tem rondado a classe médica e já houve casos até entre estudantes de Medicina.

A médica ressaltou a importância de valorizar a medicina primária, para que atue antes da doença chegar, porque casos complicados exigem mais especialistas e gastos.

Ressaltou que funciona o modelo de PSF que é utilizado em Cuba, Inglaterra e Canadá, referências internacionais em saúde de qualidade e que é o mesmo utilizado no Estado.

Com relação à qualificação dos médicos, ela reclama do aumento desenfreado de escolas superiores, como as de Cáceres, Sinop e Rondonópolis, que sofrem com a falta de estrutura pedagógica importante para a boa qualificação do aluno. Disse que há sinalização para abertura também de curso de Medicina em Lucas do Rio Verde.

Sobre falsos médicos, destaca que é papel do diretor técnico do hospital checar toda a documentação dos contratados e que, se não fizer isso, pode responder a processo no Conselho. Sugere que a população consulte o site do CRM na aba "cidadão" e faça a busca pelo médico que estiver lhe atendendo para conferir se está regular no mercado.

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Quanto aos erros médicos, afirma que pacientes insatisfeitos podem registrar denúncia no Conselho e que, depois disso, o acusado é processado, podendo ser punido, em casos drásticos, até mesmo com a cassação do registro profissional.

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Sobre os problemas de saúde na Capital, afirma que são crônicos, devido à dificuldade das gestões municipais em instituir políticas de organização dos serviços.

Critica ainda o Estado, por deixar hospitais do interior em crise. "É muito triste para a gente que caminha pelo interior, encontrar hospitais com estrutura para montar vários leitos, usando só parte da capacidade de atuação e, enquanto isso, as unidades da Capital estão superlotadas", lamenta.

No Hospital Regional de Sinop, por exemplo, segundo ela, a capacidade de instalação é de mais de 100 leitos, mas só 50 estão funcionando.

Ressalta que enquanto houver migração em massa de doentes do interior para Capital, desaguando no Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá, será difícil controlar a superlotação em corredores e melhorar a prestação de serviços.

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