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pioneirismo da aviação 28.03.2025 | 08h00

Há 96 anos, primeiro avião da história pousava em Cuiabá

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Silvano Costa - Especial para o GD

redacao@gazetadigital.com.br

Há exatos 96 anos, no dia 28 de março de 1929, Cuiabá recebia o primeiro pouso de avião de sua história. A aterrissagem ocorreu onde hoje se localiza o bairro Campo Velho - a capital não dispunha de um aeroporto na época.

 

O pouso aconteceu através após um concurso ser promovido pelo Governo do Estado, que ofereceu 30 contos de réis para o primeiro que pousasse um avião na cidade. 

 

O primeiro avião a pousar foi um modelo Avro Avian Cirrus III, biplano, que foi pilotado pelo capitão-aviador Antônio Reinaldo Gonçalves e pelo mecânico-aviador Vasco Cinquini.

 

Fonte: PACHECO, Marco Aurélio Corrêa, Mato Grosso

pilotos primeiro aviao cuiaba

 

Os pilotos Hans Gusy e Antônio Lisboa fariam o primeiro pouso em Cuiabá. Eles saíram do Rio de Janeiro (RJ) em uma aeronave Klemm L-20, mas relatos dizem que eles foram obrigados a fazer um pouso forçado em Mogi das Cruzes (SP) após problemas na hélice e nas rodas do trem de pouso. Isso fez com que Gonçalves e Cinquini ultrapassassem a outra dupla nessa "corrida" pelo pioneirismo da aviação mato-grossense.

 

O avião de Gusy e Lisboa só chegaria à Cuiabá no dia 1º de abril, quatro dias depois de Gonçalves e Cinquini. 

 

De acordo com a dissertação de mestrado "O aeroporto de Cuiabá na História Regional: do "Campo Velho" ao novo aeroporto de Cuiabá em Várzea Grande (1929-1969)", de Valmir Aparecido Ferreira dos Santos, o primeiro pouso foi recebido com entusiasmo pelo governador à época Mário Corrêa da Costa, que, inclusive, ofereceu um jantar para os pilotos vencedores na sua residência oficial.

 

 

Ainda conforme a dissertação, uma multidão de moradores acompanhou a descida do avião no bairro Campo Velho com entusiasmo. Entre eles, estava Lenine de Campos Póvoas, que ocupou a 33ª cadeira Academia Mato-grossense de Letras.

 

Segundo o professor do Departamento de História da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) Fernando Tadeu de Miranda Borges, Cuiabá vivia um momento de esperança acerca do futuro e do progresso no fim da década de 1920.

 

Ele cita o “sonho” da ferrovia e a proposta ambiciosa do governador Mário Corrêa da Costa de transferir a capital de Mato Grosso para Chapada dos Guimarães como marcos importantes de uma cidade que olhava para o horizonte com otimismo. 

 

“O final dos anos 20, em Cuiabá, pareceu despontar com esperança na conquista de um futuro promissor. Inclusive, o sonho era mudar a cidade de Cuiabá para um lugar na Chapada dos Guimarães denominado "Mariópolis", projeto que não que não foi implantado”, ele lembra.

Chico Ferreira

monumento aviao 2

 

O nome "Marianópolis" era inspirado no próprio nome do governador. 

 

Para o professor Fernando Tadeu, ainda, a possibilidade da aviação, aberta pelo pouso do dia 28 de março, adormeceu o sonho da chegada da ferrovia, vivo desde 1852 na capital.

 

Esse estado de espírito otimista, com olho no progresso, citado por Fernando Tadeu, duraria pouco, contudo. Ele argumenta que a crise de 1929, poucos meses depois do primeiro pouso de avião em Cuiabá, jogaria um balde de água fria e mudaria o zeitgeist para um pessimismo incontornável em todo o mundo. 

 

Campo Velho

 

Depois de receber o pouso de Gonçalves e Cinquini, o bairro Campo Velho, atualmente tomado de residências, nos anos de 1930, se tornou o primeiro campo de aviação de Cuiabá. 

 

O nome do bairro nasce após a pista de pouso da cidade ser transferida para onde hoje fica o Círculo Militar. Por isso, "Campo Velho", em contraste com o novo campo que havia sido construído. 

 

Atualmente, o bairro possui um monumento que lembra essa história. Ele fica aproximadamente onde o avião pousou pela primeira vez, na rua Paraná.

Chico Ferreira

memorial aviaçao cuiabana

 

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Comentários

Juliano Prado - 28/03/2025

Que bacana!!! As histórias de Cuiabá e MT são riquíssimas, e merecem ser mais exploradas e publicadas. Parabéns pelo trabalho.

1 comentários

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