conflitos aumentaram 137% 09.11.2025 | 07h05

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Joédson Alves/Agência Brasil
Relatório revela um aumento de 137,25% nos conflitos no campo em Mato Grosso. Os dados, publicados em outubro pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) consideram o ano de 2024 e apontam ainda um acréscimo de 518,27% no número de pessoas envolvidas, em comparação a 2023. O levantamento destaca um cenário preocupante em que o estado figura entre os mais violentos do Brasil em praticamente todas as tipificações de conflitos. Indígenas e assentados são principais vítimas.
Entre os dados mais alarmantes estão o aumento de 3.004,6% nos incêndios em áreas de conflito e de 661,1% na destruição de pertences. Mato Grosso foi o estado mais afetado do país, concentrando 25% de todos os casos registrados no território nacional.
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O relatório descreve ainda que a violência no campo cresceu em todas as regiões do estado, com destaque para o Nordeste (40%) e Norte (34,5%), além das regiões Sudeste e Sudoeste, que apresentaram aumento de 150% em relação a 2023.
Além disso, também apresentou aumento de 229,4% no desmatamento ilegal, 223,7% em ameaças de despejo e 200,3% em invasões.
Vítimas e agressores
Entre os principais agentes de violência, o caderno aponta fazendeiros, empresários, garimpeiros e grileiros. Entre o maior crescimento de infrações cometidas estão empresários com 180% crimes a mais, grileiros com 150% e fazendeiros com 60%.
A principal vítima continua sendo indígenas e assentados, com um aumento de 200% e 166,6%, respectivamente, de violência sofrida. Sem-terra, com 83%, quilombolas, com 50% e posseiros, com 20%, também integram o ranking.
Outros tipos de conflitos
Os conflitos pela água também se intensificaram, com aumento de 87,5% nas ocorrências e 723,9% nas famílias envolvidas. O relatório ainda aponta 250 famílias intoxicadas por agrotóxicos em conflitos pela terra, o 6º maior número do país, e um aumento geral de 108,3% nas contaminações.
De acordo com a CPT, 63% dos incêndios registrados no país ocorreram na Amazônia Legal, com Mato Grosso no topo do ranking. O estado ficou em 1º lugar na maioria das tipificações de violência nos conflitos por terra da região Centro-Oeste.
Além da violência física e material, o relatório também evidencia o avanço da violência institucional e criminalização dos defensores de direitos humanos.
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