EM CHAMAS HÁ SEMANAS 17.09.2022 | 13h00
rodrigo@gazetadigital.com.br
O Parque Estadual Cristalino II, localizado entre os municípios de Novo Mundo e Alta Floresta (785 km e 803 km ao Norte) na divisa com o Pará, é considerado uma das joias da biodiversidade da Amazônia no estado.
Com 118 mil hectares de área, o local é repleto de uma variedade de seres vivos da floresta amazônica. De acordo com estudos, são mais de 600 espécies de aves catalogadas, 25 delas, porém, constam na lista nacional de espécies ameaçadas de extinção do Ministério do Meio Ambiente.
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Um levantamento feito por pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), do Campus de Sinop (a 500 km de Cuiabá), identificou 60 espécies de anfíbios, 82 de répteis, 39 de peixes e mais 98 espécies de mamíferos de médio e grande porte. Dentre os mamíferos, 11 estão sob ameaça de extinção. Estima-se a existência de 1,4 mil espécies da flora, segundo estudo publicado em 2010.
Em meio aos milhares de hectares, a área concentra 6 comunidades naturais: são elas florestas de terra firme, floresta estacional, de igapó, varjões, afloramentos rochosos e o rio Cristalino, que tem esse nome devido à sua localização, em um lugar de profusão de nascentes de água pura e cristalina.
O Cristalino II foi criado em 2001 por meio de um decreto do então governador Blairo Maggi. De acordo com Ângela Kuczach, diretora da Rede Nacional Pró Unidades de Conservação (Rede Pró UC), o local tem um grande potencial de desenvolvimento econômico que nunca foi explorado ao longo de mais de 20 anos de existência.
A profissional cita, por exemplo, que a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) não tem uma sede dentro do parque e que nunca abriu a unidade para visitação.
“Um parque existe para isso, inclusive, para trazer desenvolvimento local para uma região”, explica. “Quem perde é Alta Floresta e Novo Mundo, que poderiam estar empregando muita gente em serviço de pousadas, restaurantes, guias, vaqueiros e piloteiros”, diz a diretora.
O Cristalino II é também considerado de alta prioridade para a proteção da Amazônia, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente. Ângela explica que, além disso, o parque presta um serviço ambiental para Mato Grosso e para o Brasil.
“Ele é uma fonte de água sendo evaporada o tempo todo, gerando nuvens que vão alimentar as chuvas do sudeste e do centro-oeste", conta. A diretora explica que essa peculiaridade do Cristalino e de áreas em seu entorno são fundamentais para o agronegócio, já que as chuvas que alimentam o solo vêm da floresta.
Ângela continua e diz que no parque há espécies que não ocorrem em outro lugar do planeta. Elas podem ser a cura para doenças e que o local tem uma representatividade importante para todo o Brasil e também no cenário internacional.
Fogo no Parque
O Parque Cristalino II segue pegando fogo há cerca de um mês. Segundo o Corpo de Bombeiros, os primeiros focos foram detectados no dia 14 de agosto e 5 equipes atuam na região com apoio de brigadistas.
Segundo dados da Fundação Ecológica Cristalino (FEC), mais de 6 mil hectares da unidade de conservação já foram consumidos pelas chamas.
Ainda segundo os bombeiros, o parque possui mata fechada e terreno montanhoso, o que dificulta as ações, mas as equipes trabalham no combate direto das chamas com sopradores e construção de aceiros.
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