deu em a gazeta 16.04.2024 | 08h55

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João Vieira
Tampada com tapume, a obra do Edifício Amadeus Commerce, de responsabilidade da empresa Farol Construtora, está abandonada há mais de 10 anos, causando problemas aos moradores e comerciantes da região com a grande quantidade de água parada. Uma lagoa se formou no local e pode ser possível foco do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya, zika e febre amarela urbana. Outro problema é com relação ao mato alto, que tem atraído animais peçonhentos. A obra fica localizada na avenida Mato Grosso, área central da capital.
A construção do empreendimento começou em 2012, mas depois de apresentar irregularidades, a obra chegou a ser embargada pela Defesa Civil Municipal por um período de 6 meses. Após regularização, a obra foi retomada, posteriormente a empresa entrou em recuperação judicial e parou de vez a construção.
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O projeto inicial previa a construção de um prédio comercial de 17 andares, apenas o estacionamento e 4 andares foram construídos até a paralisação total do empreendimento. Segundo Márcia Albuquerque, que atua em uma floricultura ao lado da obra parada, a falta de manutenção da área apresenta riscos à saúde da população. “É um absurdo e total descaso da prefeitura. Já denunciamos inúmeras vezes e o problema não é resolvido. Não veio nenhum agente de endemias aqui depois da denúncia. Se deixaram formar tanta água parada no centro de Cuiabá, imagine como deve estar a situação nos bairros mais afastados”. Márcia revela que têm muitos sapos no local. “Mas, minha preocupação maior é de ter acidentes com animais peçonhentos e da dengue”.
Empresa não recupera imóveis
Moradores e comerciantes próximos à obra parada do Edifício Amadeus Commerce travam uma batalha judicial contra a empresa Farol Construtora, em razão dos danos causados aos imóveis vizinhos. Em 2020, a juíza da 10ª Vara Civil, Sinii Savana Bosse Saboia Ribeiro, determinou a recuperação dos imóveis danificados e o pagamento de indenização no valor de R$ 15 mil. A empresa recorreu da decisão ao Superior Tribunal de Justiça, que determinou que o processo voltasse para instância de origem. Alexandre Pires Camargo mora com a tia de 96 anos. Conta que precisou interditar um quarto e um banheiro por risco de desabarem. “A empresa desapareceu e nos deixou no prejuízo. Ao todo, foram 7 imóveis danificados. Eu e minha tia vivemos com medo da casa cair, mas não temos para onde ir”.
Prejuízos superam R$ 200 mil
Jacson Mariano de Carvalho é um dos proprietários que procurou a justiça. Ele alega que a empresa construiu em baixo das casas vizinhas o muro de arrimo e, ao colocar o tirante, causou rachaduras em vários imóveis. “O muro da minha casa caiu, e o outro lado rachou, assim como o chão e paredes. Além da piscina que ficou destruída. Meu prejuízo ultrapassa R$ 200 mil”. Revela que uma casa chegou a cair durante as obras. “O proprietário entrou em acordo com a empresa, que acabou comprando a área, mas o resto dos moradores não foram ressarcidos.
Na época a empresa ofereceu pequenos reparos, mas logo depois as rachaduras voltaram”. A Farol Construtora afirma que aguarda a homologação da recuperação judicial para quitar possíveis débitos existentes. Destaca ainda que, qualquer obra de grande porte pode causar danos, e que os estragos causados nos imóveis próximos ao empreendimento são de pequeno porte, sendo incabível a cobrança acima do dano causado.
Outro lado
A Gazeta entrou em contato com a empresa Farol Construtora. Em nota, a empresa alega que realiza manutenção e que, a cada três meses, coloca produto na água parada para não formar larvas do mosquito da dengue. Reitera que há 8 meses foi realizado serviço de capinagem e que, após cessar as chuvas dos últimos dias, fará uma nova limpeza no local. A Secretaria Municipal de Saúde informou que o problema é antigo e que a água acumulada é uma mina, sendo necessária a realização de drenagem por parte do proprietário. Até o fechamento da reportagem, a Prefeitura não informou se notificou ou multou os responsáveis.
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