LGBTQIs de Mato Grosso fazem apelo no Dia do Orgulho Gay, celebrado nesta sexta

"No futuro eu me imagino construindo uma família, vivendo uma vida de forma mais leve e tranquila, sem medo, sem me esconder de qualquer coisa que seja". O relato foi retirado do vídeo de canto manifesto de nome "Eu só quero viver", do ator Geovane Rodrigues, 26.

Estes quereres podem ser considerados comuns, mas em um estado em que apenas nos três primeiros meses do ano três LGBTQI+ morreram e outros 26 foram vítimas de homofobia, viver é um privilégio. 

Nesta sexta-feira, dia 28 de junho, se celebra o Dia do Orgulho LGBTQI+. Nesta data, o ator lançou o vídeo, que considerou como um grito de socorro em meio ao cenário de insegurança em que vive. 

"Como que a gente não tem medo de viver sendo que tudo isso afeta a gente? Afeta ouvir uma notícia de que alguém acabou de morrer porque poderia ser você. Então eu acho que é preciso ressignificar, fazer com que aquela morte vire importância, gritar, falar 'fulano morreu, mas morreu por todo mundo, pela comunidade toda'", disse.

Bicha, preta, gorda e afeminada, é como Geovane se descreve. A canção "Eu só quero viver" foi composta por ele enquanto estudava no MT Escola de Teatro. Para ele, o vídeo é necessário pois aborda coisas que são reais e atuais sobre a comunidade LGBTQI+.

Com a participação de seus amigos, o ator quis retratar, ao final do vídeo, os quereres das gays, lésbicas, bisexuais, transexuais e travestis que, além de constituir família, serem respeitados, independentes e livres, querem viver. 

"Eu acho que sair de casa todo dia já é resistência. A gente passar por olhares na rua, por aprovação em todos os cantos. A gente sempre está sendo reprovado em todo o lugar que a gente vai. É um ato político sair de casa tentando ser quem você é, portando as roupas que você usa", finalizou. 

Veja o vídeo