Publicidade

Cuiabá, Sábado 13/12/2025

Cidades - A | + A

é TDAH OU MODO DE VIDA? 13.07.2025 | 17h03

Médico alerta para 'pandemia' de pessoas 'desatentas ao presente'

Facebook Print google plus
Ana Clara Abalém - Especial para o GD

redacao@gazetadigital

Arquivo pessoal

Arquivo pessoal

A vasta informação disponível online, relatos nas redes sociais e a popularização de descobertas de transtornos mentais, tornou-se comum entre as pessoas, o autodiagnóstico e medicação sem prescrição. Entre os mais mencionados pelas ‘trends’ está o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Apesar da alta divulgação, muitos conteúdos reproduzidos são disseminados cheios de desinformações, o que banaliza os quadros reais e prejudica o tratamento de quem precisa. Neste cenário, o 13 de julho marca o Dia Mundial de Conscientização do TDAH.


A data visa combater estigmas e ampliar o acesso à informação correta sobre a condição, que afeta cerca 2 milhões de pessoas no Brasil, conforme o Ministério da Saúde. O consultou um especialista sobre o assunto, que explicou o que é, tratamento e processo de identificação do transtorno.


O psiquiatra e vice-presidente da Associação de Psiquiatria, Paulo Saldanha, explica que pessoas com o transtorno sentem dificuldades para realizar atividades no cotidiano. Um exemplo é durante a tarefa doméstica, ela se lembra de outra função/compromisso e logo se distrai da primeira função que estava fazendo.


“Duas características do TDAH que fazem muita diferença e realmente prejudica o paciente são a disfunção das funções executivas e a desregulação emocional. A primeira é exatamente o que a gente pensa em fazer e não executa. O planejamento e execução do paciente que tem o diagnóstico sempre vai estar prejudicado. A segunda é um paciente que vai reclamar de irritabilidade, às vezes até uma ansiedade”, explica o médico.


Porém, nem toda distração é um transtorno. Com tantos estímulos e rapidez no consumo de informações, o cérebro ficou "destreinado" a focar em uma atividade por mais tempo.  


“O próprio algoritmo guia tudo que se cria para que se mantenha a atenção por, no máximo, 30 segundos. Você treina todo dia a manter a atenção por 30 segundos no máximo. Isso não é um diagnóstico de TDAH. Isso realmente vira uma ‘pandemia’ de pessoas que não conseguem manter a atenção. As interrupções também. Passamos o dia inteiro sendo interrompidos por áudios e mensagens. Isso deixa todo mundo de uma forma desconcentrado e desatento a viver o presente”, alerta.


Sobre o diagnóstico correto para o reconhecimento da doença, o médico destaca que deve ser feito por profissionais de diferentes áreas de atuação. O que não é um laudo simples e rápido de ser elaborado.


“O diagnóstico é clínico e não é rápido, na minha experiência. É complicado separar o que paciente traz como queixa, para ver se isso é o TDAH ou se é só o modo vida que a pessoa está levando. Se é uma depressão, ansiedade e diversos outros transtornos. É possível também ter o auxílio de uma avaliação neuropsicológica que também pode ajudar com os testes”, acrescenta.


O tratamento para as pessoas com TDAH consiste no uso de remédios estimulantes, medicamentos não estimulantes e o exercício físico. O especialista também destaca o papel fundamental da terapia feita pelos neuropsicólogos.


“Além da terapia cognitiva e comportamental, que visa a melhora dessa função executiva para conseguir cumprir as tarefas de maneira melhor, também ajuda o paciente a entender que nem tudo na vida dele acontece por causa do transtorno”, acrescenta.


Uma ressalva feita pelo psiquiatra, entretanto, é o crescente número de pessoas que usam os remédios estimulantes sem o diagnóstico e orientação de um médico.


“O uso fora de orientação que várias camadas da população estão usando exige atenção. Universitários e adultos em trabalhos que exigem mais empenho estão usando (medicamentos) por uma demanda de produtividade. São escolhas quase comuns. Isso é uma preocupação. Não são medicações que só aumentam a produtividade e dá tudo certo. Elas têm efeitos colaterais importantes. Como a maioria não tem diagnóstico, vão se acostumando com efeito de estímulo e passam a usar doses cada vez maiores. Isso vira um ciclo vicioso”, alerta.

Voltar Imprimir

Publicidade

Comentários

Enquete

Você concorda em manter políticos que estão fora do país no cargo?

Parcial

Publicidade

Edição digital

Sexta-feira, 12/12/2025

imagem
imagem
imagem
imagem
imagem
imagem
btn-4

Indicadores

Milho Disponível R$ 66,90 0,75%

Algodão R$ 164,95 1,41%

Boi à vista R$ 285,25 0,14%

Soja Disponível R$ 153,20 1,06%

Publicidade

Classi fácil
btn-loja-virtual

Publicidade

Mais lidas

O Grupo Gazeta reúne veículos de comunicação em Mato Grosso. Foi fundado em 1990 com o lançamento de A Gazeta, jornal de maior circulação e influência no Estado. Integram o Grupo as emissoras Gazeta FM, FM Alta Floresta, FM Barra do Garças, FM Poxoréu, Cultura FM, Vila Real FM, TV Vila Real 10.1, TV Pantanal 22.1, o Instituto de Pesquisa Gazeta Dados e o Portal Gazeta Digital.

Copyright© 2022 - Gazeta Digital - Todos os direitos reservados Logo Trinix Internet

É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem a devida citação da fonte.