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DEU EM A GAZETA 01.12.2025 | 07h06

‘O que para muitos é lixo, para nós é um banquete’

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Dantielle Venturini

redacao@gazetadigital.com.br

JOãO VIEIRA

JOãO VIEIRA

“O que para muitos é lixo, para nós é um banquete”. É assim que a venezuelana Dannis Naterra, 36, define como tem conseguido manter a família. Moradora da ocupação Lula Brasil 1, no região do Contorno Leste, em Cuiabá, ela sobrevive com os quatro filhos, um deles, o Luiz José, 18 anos, especial. Com uma renda de apenas R$ 1,5 mil do auxílio de Luiz, ela tenta manter as necessidades da família, mas conta que a alimentação é um dos principais desafios. “Não há como trabalhar porque o Luiz depende de mim 24 horas por dia”.

 

A história de Dannis é a primeira de uma série do Jornal A Gazeta que começa na edição de hoje e segue até à véspera do Natal, inspirada na campanha Natal da Solidariedade. O objetivo é mostrar a história de famílias que vivem em vulnerabilidade social e precisam de ajuda. O filho mais velho de Dannis tem paralisia cerebral, não fala, não anda e depende da mãe para todos os cuidados. Além dele, ela ainda tem três filhas: Dabiela, de 16 anos, Bárbara, de 9 anos, e Rosene, de 5 anos. Dannis recebeu a equipe de A Gazeta em sua casa para mostrar a dura realidade.

 

O desafio da alimentação é constante. No dia da visita da reportagem, o café da manhã havia sido apenas um pouco de macarrão que sobrou do dia anterior. Para o almoço, Dannis contava apenas com arroz e uma borra de carne que restou, tentando esticar o pouco que tem. Na geladeira, com a porta quebrada, quase nada, além de gelo e uma sacola com limão. “A gente se vira, aproveita tudo”, explica, com um misto de resignação e esperança.

 

“Para hoje só tenho um pouco de arroz que penso em fazer na panela que tem uma borra da carne que comemos ontem”, conta mostrando a panela. Para a semana, ela afirma que ainda iria até os supermercados para dar uma “olhada” no que conseguiria no descarte de frutas e verduras, mas precisaria deixar os filhos sob o cuidado da sua irmã Daniela Naterra que morapróxima à casa e também tem uma filha Debiane de 5 anos, e que compartilha da mesma realidade da família. “A gente se ajuda, porque para ela também é difícil. Então, eu vou e vejo o que consigo, trago e a gente seleciona”.

 

O dia a dia, segundo ela, é marcado por uma rotina intensa e sem pausas. Cada gesto, cada movimento do filho exige atenção constante: alimentação, higiene, medicação, movimentação. “Ele não anda, não fala, então tudo depende de mim. É muito cansativo, mas não posso deixar ninguém cuidar dele”, diz, com os olhos cansados, mas firmes. A renda limitada também dificulta a aquisição de itens essenciais, como fraldas, remédios, produtos de higiene e uma cadeira de rodas novas e especial que o filho necessita.

 

“O auxílio do Luiz ajuda, mas não dá. Cada dia é uma luta para conseguir manter a casa, alimentar as crianças e cuidar dele. A cadeira, por exemplo, não pode ser aquela normal, porque ele é muito magro e não senta”, desabafa.

 

ESPERANÇA ACESA

Embora os desafios da família sejam grandes e diários, Dannis, que veio com os filhos para o Brasil há cinco anos, garante que não tem vontade de voltar para a Venezuela. “Lá era muito mais difícil, uma situação em que não havia nem para pegar no lixo, tamanha a necessidade e dificuldade do nosso país”, lembra, com um misto de saudade e alívio. Aqui, mesmo diante das dificuldades, ela vê esperança de dias melhores e de um futuro mais seguro para as crianças.

 

Leia a reportagem completa na edição do Jornal A Gazeta

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