Padre acusa descaso e cita que crianças indígenas venezuelanas morrem em condições precárias

Padre Aloir Pacini afirmou, durante sessão na Câmara de Vereadores de Cuiabá, na manhã desta terça-feira (18), que as condições precárias de venezuelanos que vivem na cidade causou a morte de 3 crianças indígenas da etnia Warao, em 2022. “Por causa da precariedade, do modo que eles estão vivendo na nossa cidade. Desnutrição, em cubículos pequenos que eles chamam quitinete. Eles precisam de espaço para as crianças brincar. Elas ficam doente pelo confinamento que estão sofrendo”, disse o sacerdote que é ativista das causas indígenas.

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Conforme o padre Aloir Pacini, um grupo de indígenas da etnia Warao chegou a Cuiabá, em 2020, e ficaram alojados no terminal Rodoviário Engenheiro Veiga de Sá, na Capital. Depois, foram realocados pela prefeitura em pequenas quitinetes, no bairro Parque Cuiabá, não apropriado para abrigar várias pessoas de uma família.

“Tirar a visibilidade dessa população jogando-os para periferia não é uma solução”, defendeu padre Aloir.

O padre foi convidado para discursar na sessão em alusão ao "Dia do Índio" celebrado em 19 de abril. Na ocasião, ele defendeu a criação de uma aldeia com indígenas da etnia, escolas em que os membros possam trabalhar a educação própria e também a saúde. Além disso, destacou que o poder público precisa ouvir mais a população indígena venezuelana que vive em Cuiabá.

“Eles morreram não por que eram doentes e não tinham como viver. Uma criança nasce para viver, para ser alegre, crescer saudável”, destacou.

Padre Aloir ainda lembrou que essa população “sofre discriminação por serem indígenas, imigrantes e da Venezuela”, e que é preciso “pensarmos que a cidade de Cuiabá é um território ancestral indígena”, disse.

Os Waraos é uma etnia indígena originária da Venezuela. 

Veja;

Outro lado

A Prefeitura de Cuiabá foi procurada e encaminhou a seguinte nota

A Secretaria Municipal de Assistência Social, Direitos Humanos e da Pessoa com Deficiência esclarece que:
Não tem conhecimento de registros de óbitos venezuelanos indígenas assistidos pelas unidades socioassistenciais;
No entanto, de posse dessa informação apontada pelo vereador , o padre e ativista indígena, Aloir Pacini, irá solicitar o relatório atualizado de acompanhamento para conhecimento da veracidade ou não dos casos.