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13.08.2006 | 03h00

"Síndrome do Edifício Doente" é real e atinge trabalhadores

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Você já ouviu falar em "Síndrome do Edifício Doente"? Sabia que alguns problemas de saúde são provocados por ela?

Embora seja discutida em parte do mundo desde meados da década de 70, poucas pessoas ouvem falar desta síndrome que ocorre, principalmente, nos ambientes de trabalho.

A existência da síndrome só foi reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1982, quando foi comprovado que a contaminação do ar interno de um hotel na Filadélfia ocasionou 182 casos de pneumonia e a morte de 29 pessoas.

No Brasil, a necessidade de se combater a síndrome ficou evidente um pouco mais tarde: em 1998, quando o ministro das Comunicações, Sérgio Motta, morreu após ter seu quadro clínico agravado em função de fungos presentes no ar.

O principal vilão desta história são os aparelhos de ar-condicionado, que refrigeram ambientes sem a renovação de ar, provocando sintomas como alergias respiratórias, asma brônquica, doença do Legionário, dores de cabeça, ardência e irritação no olhos, além de desconforto no corpo.

Um estudo publicado na revista científica Environmental Health Perspectives demonstra que até 60% das pessoas que trabalham em locais com má qualidade do ar sofrem com um ou mais destes sintomas. Como os indícios são semelhantes aos de várias outras doenças, muitos médicos não reconhecem a síndrome em seus pacientes e trata dela como mera alergia respiratória ou ocular.

O médico do trabalho, Ediney Espinola Costa, afirma que nunca atendeu nenhum paciente com a síndrome. Não pelo menos que tenha tratado como tal.

A "Síndrome do Edifício Doente" pode se manifestar tanto em prédios residenciais, quanto comerciais. A maior incidência ocorre nos locais de trabalho devido a pouca renovação de ar, excesso de uso dos refrigeradores e várias pessoas respirando no mesmo ambiente.

Costa explica que as dores de cabeças provocadas pela síndrome são decorrentes da contaminação do ambiente pelo excesso de dióxido e monóxido de carbono, resultantes da respiração de muitas pessoas dividindo o mesmo ar. O local fica carregado dos elementos que são inspirados, provocando o desconforto.

Outros vilões - Além da falta de renovação de ar, a ausência de limpeza na maioria dos aparelhos de ar-condicionado pode ser apontada como um dos motivos para desencadear a síndrome.

O arquiteto e engenheiro de Segurança do Trabalho do Sesi, Marcelo Augusto Monteiro, destaca que os aparelhos devem ser limpos semanalmente, quando forem pequenos, e mensalmente, quando centrais. O objetivo é evitar que bactérias, fungos e ácaros fiquem habitando os condicionadores e infestando os ambientes.

Os dutos que direcionam a ventilação de um prédio também são ótimos habitats para vetores de doenças. "Nesses locais andam ratos, baratas, acumulam água e acabam virando meios de culturas de microorganismos", destaca Costa, alertando que baratas e ratos são grandes causadores de doenças, uma vez que andam em locais sujos, como fossas e esgotos.

O famoso jeitinho brasileiro presente nas estruturas dos prédios pode gerar problemas sérios. O engenheiro civil André Schuring, conselheiro do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura de Mato Grosso (Crea-MT), explica que um vazamento pode virar foco de fungos, que são lançados ao ar contaminando o ambiente e ocasionando alergias.

Mesmo sendo a principal causadora da síndrome, a falta de renovação de ar não é a única que desencadeia os sintomas. O acúmulo de poeira e alguns produtos de limpeza também são responsáveis por alergias e irritações nas vias respiratórias.

Estudos realizados por Monteiro detectaram que os produtos usados na limpeza de uma empresa ocasionavam sérios problemas a um funcionário que sofria de alergia intensa no local. Para evitar situações semelhantes, Costa indica o uso de materiais adequados e de qualidade, com concentração específica na limpeza dos ambientes.

O armazenamento de papéis em escritórios tem como principal conseqüência o acúmulo de poeira indevidamente, o que representa problema a alguns alérgicos. Monteiro aconselha que se faça uma seleção do que é importante e descarte o que for desnecessário. "Assim já evita excesso de poeira circulando no ar".

O engenheiro destaca ainda que, quanto maior o ambiente, melhor fica para limpar e evitar o acúmulo de sujeira em cantos de objetos e móveis.

Mais da metade dos problemas da síndrome, segundo Costa, podem se resolvidos com medidas simples. É necessário arejar os ambientes sempre que possível, além de mantê-los limpos e organizados. O uso de umidificadores nasais e oculares, assim como de ambientes, também são muito indicados. "A antiga receita da mãe e vó de abrir a janela e jogar fora o desnecessário sempre funciona", brinca.

Mística - Além dos problemas encontrados nas estruturas dos prédios, a arquiteta e estudiosa de Feng Shui, Rita de Cássia Chiletto, afirma que existe a síndrome provocada pela energia negativa do lugar. "É raro, mas não é impossível".

Rita alerta ainda que as instalações que funcionam mal ocasionam a energia negativa e desgastam moradores ou trabalhadores.

O Feng Shui atua de forma a equilibrar o ambiente. "As pessoas se preocupam em deixar o lugar esteticamente bonito, mas não resolvem problemas como encanamentos e fiações antigas".

A dica é destacar os pontos positivos do ambiente e tentar amenizar os negativos. Rita aconselha que cada funcionário procure um lugar que se sinta bem para ocupar todos os dias. Para energizar positivamente um ambiente, Rita recomenda plantas, aquários, carvão, oração e afirmações positivas. "Cada caso é um caso. O ideal é contratar um especialista em Feng Shui para criar o equilíbrio no ambiente e, consequentemente, melhores condições para desenvolver o trabalho".

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