violência 17.01.2020 | 16h40

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Chico Ferreira
O Brasil registrou, em 2019, 208 ataques a veículos de comunicação e jornalistas. Somente em Mato Grosso, 3 casos de agressão física e ataques verbais ou virtuais foram registrados, conforme dados divulgados na quinta-feira (16) pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).
A região Centro-Oeste passou para posição de segunda mais violenta para o exercício da profissão com 18 ocorrências, representando 19,15% do total. Desde o início dos relatórios da Fenaj, a região nunca havia figurado na lista. O maior número de agressões foi no Distrito Federal, com 13 casos.
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Ainda de acordo com o relatório, os jornalistas de televisão são os mais agredidos, pelo segundo ano consecutivo. Em 2019, 35 jornalistas de TV foram vítimas de agressão direta. Na segunda posição se encontra os jornalistas de jornais, com 33 profissionais agredidos.
Os dados também apontam que os repórteres cinematográficos e fotográficos são uma das maiores vítimas. Os profissionais são mais visíveis e vulneráveis por portarem equipamentos.
Jornalistas agredidos em Mato Grosso
Em agosto, o jornalista Lázaro Borges, do jornal A Gazeta, foi agredido verbalmente pela senadora cassada Selma Arruda (Podemos). Ele fazia uma reportagem sobre o pagamento a magistrados de aposentadorias acima do teto constitucional.
Selma, que é juíza aposentada, em vez de responder às questões, passou a ofendê-lo pessoalmente e por mensagens no aplicativo WhatsApp.
No dia 22 de janeiro, a repórter Érika Oliveira, do site Olhar Direto, foi agredida verbalmente pelo advogado e sindicalista Antônio Wagner, na Assembleia Legislativa. A jornalista apurava informações sobre as negociações entre os servidores públicos estaduais e os deputados para votação de pacote do governador Mauro Mendes (DEM), quando foi abordada pelo advogado e criticada por seu trabalho na frente dos colegas de profissão.
Um caso caso de agressão aconteceu com o repórter cinematográfico Izaías Gregório, da Band de Tangará. No dia 20 de julho, ele filmava um acidente automobilístico em Tangará da Serra (239 km a Médio-Norte de Cuiabá) quando o empresário Cláudio Meurer parou para ver o acidente e, sem motivo aparente, tentou impedir o trabalho dos profissionais da imprensa. Ele agarrou Izaías, aplicando-lhe um golpe no pescoço.
Agressores
Os políticos foram os principais autores de ataques a veículos de comunicação e jornalistas, totalizando 144 das ocorrências, ou seja, 69,23%. A maioria dos ataques são em tentativas de descredibilização da imprensa (11), mas também registrando agressões diretas aos profissionais (30). Só o presidente Jair Bolsonaro, por exemplo, foi o responsável por 121 das agressões.
Pela primeira vez, a Fenaj passou a contabilizar em seu relatório anual as tentativas de descredibilização da imprensa. Em 2019, a modalidade tornou-se a principal forma de ataque e ameaça à liberdade de imprensa.
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