crise no país 08.06.2019 | 08h05
João Vieira
No cruzamento entre a rua Comandante Costa e a avenida Isaac Póvoas, no centro da Capital, o venezuelano Ender Vasquez, 22, se aventura entre os carros e, com uma placa improvisada, pede dinheiro aos motoristas que passam pelo local.
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O dinheiro que consegue serve para complementar sua renda. Nos outros dias da semana, quando consegue, ele faz diárias como operador de máquinas pesadas e recebe de R$ 60 a R$ 80 por serviço. Ao todo, em uma boa semana, costuma conquistar R$ 300.
Desde que chegou em Cuiabá, há cerca de 2 meses, ele divide uma quitinete com seu irmão e um amigo no bairro São Mateus, em Várzea Grande. Pela casa com três cômodos, eles desembolsam R$ 350. Do dinheiro que arrecada, ainda, Ender tenta sempre mandar R$ 300 para sua mãe, pai, esposa e dois filhos, que ficaram na Venezuela.
Há pelo menos 6 anos, a crise política e socioeconômica que se instaurou na Venezuela obrigou os venezuelanos a tentar a vida em outros países. A porta de entrada para o Brasil é Boa Vista, em Roraima. Contudo, com a superpopulação de imigrantes na cidade eles se vêm obrigados a procurar empregos em outros estados.
"Lá não tinha muito emprego, aí eu vim para Cuiabá tentar a sorte. Agora estou juntando dinheiro para tentar ir para Goiânia porque aqui já tem muito Venezuelano também. Não sei se vou conseguir, mas ao menos é preciso tentar", disse, em portunhol.
Apesar de enfrentar diariamente o sol cuiabano e viver em condições precárias, Ender considera que vive muito melhor no Brasil do que na Venezuela. Ele se recorda dos momentos difíceis que enfrentou no país, mas tem esperança de que em 4 anos a situação política se rentabilize e ele possa voltar a viver com a família.
"Se precisar eu fico mais um pouco, não dá pra saber, mas eu tenho fé que eu fique só uns 4 anos em Goiânia para depois voltar para o meu país".
Cenas de venezuelanos em semáforos em Cuiabá pedindo dinheiro tem sido recorrente nos principais pontos da área central. Muitas vezes até mulheres se arriscam enquanto o sinal fecha para pedir ajuda e até mesmo emprego.
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R$ 66,90
0,75%
Algodão
R$ 164,95
1,41%
Boi à vista
R$ 285,25
0,14%
Soja Disponível
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1,06%
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