Com 100% da frota movida a biodiesel, fazenda de MT se torna modelo em produção sustentável

Como foco inicial na estratégia da Amaggi para a redução de suas emissões de carbono, a Fazenda 7 Lagoas, em Diamantino (208 km a Médio-Norte), é a primeira do grupo a ter todos os veículos e maquinários de sua cadeia de produção utilizando o biodiesel 100%, o B100. Considerando as outras práticas ambientais, a propriedade rural tem se tornado um modelo de produção agrícola mais sustentável.

O grupo possui uma pegada de carbono de 40% dentro de sua produção agrícola e busca reduzir a emissão de CO2 para zero até 2050. Para isso, iniciou em 2019 os testes com o B100. Os resultados foram apresentados à imprensa nesta semana.

Na fazenda 7 Lagoas, do plantio à colheita, o combustível utilizado nos maquinários e veículos é o B100, que não aumenta a emissão de carbono na atmosfera. A empresa possui uma frota de 100 caminhões Scania Euro 6 que utilizam o biodiesel 100%, além de também ter todo o maquinário da propriedade, da marca John Deere, utilizando o combustível. Tanto a Scania quanto a John Deere são parceiras da Amaggi neste projeto.

O uso do B100, porém, não é a única prática sustentável da propriedade. A fazenda possui uma área total de 3.622 hectares, sendo 800 ha de vegetação nativa (com 400 destes destinados à preservação de recursos hídricos) e 2.594 ha de área para produção livre de desmatamento.

Além disso, lá não é feita aplicação aérea de defensivos agrícolas e a propriedade possui uma área de proteção permanente (APP) maior que a exigida por lei, assim como também fez a opção por insumos menos nocivos à natureza.

Biodiesel próprio
O grupo produz seu próprio biocombustível utilizando a soja que ele mesmo planta e colhe. O consumo do diesel e do biodiesel são bem semelhantes, porém, na troca para o B100 há uma redução de até 99% nas emissões de gás carbônico.

Comparativamente, o biodiesel libera mais carbono que o diesel comum, entretanto, como não é de origem fóssil (não retira nada do subsolo), não adiciona carbono na atmosfera, utiliza apenas o CO2 que já é consumido pela soja no processo de fotossíntese.

Os testes com o B100 continuam, tendo a Fazenda 7 Lagoas como principal foco das 3 empresas neste processo. A Amaggi ainda disse que está analisando parcerias acadêmicas.

A fábrica

Na fábrica de biodiesel da Amaggi, em Lucas do Rio Verde (354 km ao Norte), atuam, normalmente, 245 funcionários. Ela hoje tem capacidade de produzir 337 milhões de m³ de biodiesel por ano. Apenas 30% do que é produzido é para consumo próprio, sendo os 70% restantes para revenda.

Foram investidos R$ 3 milhões apenas nos equipamentos para o laboratório. Para cada 1 kg de soja são produzidos 230 ml de biodiesel. Ele pode ficar estocado por até 30 dias, porém, com a frequência atual de consumo, a rotatividade nos tanques da fábrica é de 3 dias.

Como é um combustível de origem vegetal, o B100 pode sofrer ataques de bactérias e fungos. Ele necessita de aditivos como bactericida e um de limpeza. Porém, os aditivos não são adicionados na fábrica.