negociação 14.08.2025 | 15h33
GENIVAL FERNANDES VIEIRA/UAI FOTO/ESTADÃO CONTEÚDO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar nesta quinta-feira (14) o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a produtos brasileiros. O petista reforçou que o Brasil segue em busca de negociar a tarifa com os EUA, embora não renuncie vender a novos mercados.
“Se os EUA não quiserem comprar, não tem importância. Não vou ficar chorando, não vou ficar rastejando. Vou procurar outros países para vender os produtos que eu vendo para eles. E vamos seguir em frente”, declarou Lula, em agenda no interior de Pernambuco.
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O petista afirmou, ainda, não oferecer tratamento diferenciado a Trump. “Tem uns vira-latas que ficam falando ‘Nossa, como esse Lula está falando brabo’. Não, eu falo igualzinho para a Bolívia o que eu falo para os americanos. Eu não sou daqueles que fala fino com americano e grosso com a Bolívia. Não, eu trato todo mundo igual. Não vamos ficar chorando que ele [Trump] parou de comprar, não. Nós vamos tentar vender para a China, Índia, Alemanha, para qualquer lugar”, acrescentou.
O plano de contingência do governo brasileiro em reação à taxa de Trump foi anunciado nessa quarta (13). A MP (medida provisória) de socorro às empresas brasileiras afetadas pelo tarifaço foi assinada por Lula de manhã e publicada de tarde.
A proposta prevê, entre outros pontos (leia mais abaixo), uma linha de crédito de R$ 30 bilhões. A taxa de 50% a produtos brasileiros imposta por Trump começou a valer na quarta-feira (6) da semana passada.
Por ser uma MP, a proposta tem força de lei e passa a valer a partir da assinatura. Para não perder a validade, é preciso ser aprovada pelo Congresso Nacional em até 120 dias.
“Nós ainda queremos negociar. Eu tenho Alckmin [vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços], Haddad [ministro da Fazenda], Fávaro [ministro da Agricultura], Mauro Vieira [ministro das Relações Exteriores], todo mundo preparado para negociar. A hora que [Trump] quiser negociar, nós sentamos numa mesa”, completou o presidente.
Suspensão de vistos
Lula também comentou a cassação de vistos de brasileiros feita pelos Estados Unidos. Também na quarta, os EUA anunciaram a revogação dos vistos de Mozart Júlio Tabosa Sales, secretário do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, um ex-funcionário do governo.
Ex-integrantes da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) também tiveram documentos cassados pela “cumplicidade” com o programa “Mais Médicos”.
“Mozart, não fique preocupado com o visto dos EUA. O mundo é muito grade, o Brasil tem 8,5 mil km², tem lugar para andar no Brasil para caramba, lugar bonito, não se importe. Quero dizer para os companheiros cubanos que o fato de eles cassarem o Mozart foi por causa de Cuba, porque eles tinham ido a Cuba. É importante eles saberem que nossa relação com Cuba é de respeito, a um povo que está sendo vítima de bloqueio há 70 anos. Hoje estão passando necessidade, num bloqueio que não há nenhuma razão. Os EUA fizeram uma guerra e perderam. Aceitem que perderam e deixem os cubanos em paz. Não fique querendo mandar no mundo, ele [Trump] não é imperador”, criticou Lula.
Veja as principais medidas de socorro
Linhas de crédito
Prorrogação de prazos do regime de drawback
Compras públicas: apoio a produtores rurais e agroindústrias
Modernização do sistema de exportação
Fundos garantidores
Novo Reintegra para empresas afetadas
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Milho Disponível
R$ 66,90
0,75%
Algodão
R$ 164,95
1,41%
Boi à vista
R$ 285,25
0,14%
Soja Disponível
R$ 153,20
1,06%
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