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setor econômico 12.08.2025 | 14h38

Mesmo isento, suco de laranja brasileiro sofre perdas bilionárias com tarifaço dos EUA

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Wenderson Araujo/Trilux/CNA/Arquivo

Wenderson Araujo/Trilux/CNA/Arquivo

Mesmo incluído na lista de exceções à sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos, o setor brasileiro de suco de laranja enfrenta perdas expressivas. O impacto imediato é estimado em R$ 1,54 bilhão, decorrente da inviabilidade econômica das vendas externas de subprodutos, que receberam a tarifa máxima e renderam US$ 177,8 milhões na safra anterior (cerca de R$ 973,6 milhões).

 

Soma-se a esse montante o efeito da cobrança de 10% sobre o suco in natura, calculado em US$ 103,6 milhões (R$ 566,7 milhões), com base nos volumes registrados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex/Mdic) para a safra 2024/25.

 

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A combinação de tarifas e retração de preços pode elevar as perdas totais do setor para além de R$ 2,9 bilhões. “Embora o setor esteja aliviado por ter sido incluído na lista de exceções, os impactos são significativos, principalmente em um contexto de mercado desafiador como o deste ano”, avalia o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto.

 

Os subprodutos da cadeia citrícola são matéria-prima para as indústrias de bebidas e cosméticos.

 

Nos Estados Unidos, aproximadamente 58% do consumo de suco é composto por suco reconstituído — concentrado a 66% de partes sólidas, com textura semelhante à do leite condensado. Após a importação, o produto é diluído com água até atingir 12% de partes sólidas.

 

“Muitos desses produtos dependem de ingredientes como células cítricas — os gominhos da laranja — e óleos essenciais responsáveis pelo aroma, e esses insumos estão sobretaxados em 50%, inviabilizando a operação”, afirma Netto.

 

Ele aponta que isso pode ter efeito negativo na experiência do consumidor, prejudicar as empresas americanas e, por consequência, impactar toda a cadeia brasileira.

 

Óleos essenciais e mercado dos EUA
Os óleos essenciais têm papel central também na produção de perfumes, por fornecerem as notas cítricas.

 

O mercado norte-americano é um dos principais destinos dessas exportações: cerca de 36% no caso do óleo essencial prensado, 39% para o óleo comum e quase 60% para o d-limoneno, utilizado em fragrâncias e solventes naturais. “Pode ser um impacto muito grande para esses setores”, reforça Netto.

 

Além da barreira tarifária, os exportadores enfrentam forte queda nas cotações internacionais, consequência do aumento de 36% na oferta de frutas em relação à safra anterior, segundo o Fundecitrus.

 

Dados da Secex indicam que o preço médio da tonelada exportada aos Estados Unidos caiu de US$ 4.243 na safra passada para US$ 3.387 na cotação de 7 de agosto, queda de 20,17%. Mantidos os volumes, a desvalorização representa perda de US$ 261,8 milhões (R$ 1,43 bilhão).

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