Garcia cita legado de Bolsonaro e quer espaço para 'resistência'

Presidente do União Brasil em Mato Grosso, o deputado federal eleito Fábio Garcia afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado na disputa pela presidência por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deixou um "legado" para o Brasil.

À imprensa, nesta sexta-feira (4), o parlamentar afirmou também que gostaria que o União liberasse seus membros a se posicionarem de forma livre quanto ao governo de Lula. O apontamento se dá dias após o presidente nacional da legenda explicitar que não fará oposição ao petista.

Leia também - 130 mil pessoas ficam sem água em VG após furto de cabos

Ao fazer um balanço sobre a disputa presidencial, que sagrou Lula presidente do país por uma vitória apertada nas urnas, Garcia disse que o resultado foi diferente do que se era esperado pelo povo mato-grossense.

Contudo, na perspectiva do deputado, Bolsonaro deixou um legado à direita em termos de mobilização e também quanto ao perfil dos recém-eleitos para o Congresso Nacional, que registrou aumento de parlamentares apoiadores da pauta bolsonarista.

"A eleição presidencial do segundo turno não foi o resultado que a maioria dos mato-grossenses esperava e votou. O presidente Bolsonaro teve mais de 65% dos votos no estado de Mato Grosso, mas nacionalmente o resultado não foi favorável a ele. Mas essa é a democracia e agora é trabalhar", disse.

"Porém, o presidente deixa um legado para o Brasil que foi a construção de uma direita forte, com uma grande militância, capaz de ir às ruas e se manifestar e também com muita representatividade no Congresso Nacional", acrescentou.

Garcia disse ainda que, mesmo diante do posicionamento das lideranças nacionais, deseja poder se manifestar alinhado ao perfil do eleitorado mato-grossense, que recebeu 65% dos votos no estado.

"Nós não fomos consultados sobre isso ainda [posição sobre o governo petista], sobre essa questão. Eu, particularmente, gostaria de ter do partido a liberdade para que eu possa atuar no Congresso Nacional em sintonia com a maioria dos mato-grossenses", afirmou.