luso-brasileira 13.11.2025 | 08h29
Divulgação via R7
O almirante Henrique Gouveia e Melo é o favorito a vencer as próximas eleições presidenciais de Portugal, marcadas para janeiro do ano que vem. Ele foi chefe do Estado-Maior da Armada e ficou conhecido durante a pandemia da Covid-19 por coordenar uma força-tarefa de vacinação que o tornou popular entre os portugueses.
Nascido em Moçambique, Melo se mudou para Portugal com a família depois da chamada Revolução dos Cravos em 1974, que derrubou o regime militar português. O almirante, que é líder das pesquisas para a presidência de Portugal, tem ligações com o Brasil por conta do período que morou em São Paulo, entre 1975 e 1979.
Ele esteve em São Paulo e no Rio de Janeiro entre os dias 4 e 8 de outubro para fazer campanha junto a comunidade luso-brasileira e estabelecer contatos com políticos.
Em entrevista ao Estadão, Melo ressaltou a importância da comunidade brasileira em Portugal e minimizou o efeito imediato da lei aprovada na Assembleia da República, que dificulta a entrada de brasileiros que não se enquadram na categoria de ‘profissionais altamente qualificados‘.
‘Nossa economia quer evoluir para uma economia de maior valor acrescentado. No entanto, a transição não é de um dia para o outro e seguimos precisando de uma imigração não tão qualificada‘, aponta o almirante. ‘A lei é focada em um projeto de médio prazo e o nosso futuro inclui necessariamente a população brasileira‘, diz o líder das pesquisas.
O almirante se considera um ‘socialista democrata‘ e espera contribuir para frear o avanço da extrema direita em Portugal. ‘O meu papel é tentar fazer com que as questões sejam levadas ao centro do espectro político. É preciso reconhecer as razões do avanço da extrema direita e a pressão migratória que o país está sofrendo, mas as soluções devem vir do equilíbrio‘.
Em Portugal, o presidente é o chefe de Estado e tem funções de fiscalização do poder público, representação do país e garantidor da ordem institucional, enquanto o primeiro-ministro é o chefe do Executivo.
Confira trechos da entrevista:
O senhor esteve no Brasil em outubro para conversar com a comunidade luso-brasileira e fazer contatos com políticos e também já viveu como imigrante, em Moçambique e no Brasil. Como o senhor avalia a atual presença de brasileiros em Portugal, que tem uma comunidade de 500 mil pessoas?
Avalio de forma muito positiva. A comunidade brasileira tem uma presença grande em todo o espectro social. Temos empresários e investidores que querem investir em Portugal, o que é muito positivo para a economia. Também temos engenheiros e outros profissionais altamente especializados que contribuem muito para as nossas empresas.
E como em todas as imigrações, temos pessoas que vêm para trabalhar em serviços mais simples, mas que são muito importantes para a nossa economia. Os brasileiros se integram facilmente à sociedade portuguesa e têm os mesmos valores que nós. Muitas vezes existe uma tendência a estigmatizar uma comunidade por um aumento do crime, mas os números não indicam uma relação entre a imigração e o crime.
A população portuguesa às vezes pode ser contra a imigração, mas não contra a imigração brasileira. Eles se incomodam mais com a vinda de pessoas de países que têm uma cultura muito diferente da nossa e criam alguma estranheza na sociedade portuguesa.
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