constrangimento na ccj 12.11.2025 | 15h48

allan@gazetadigital.com.br
Montagem GD
A sabatina de recondução de Paulo Gonet ao comando da Procuradoria-Geral da República (PGR) foi marcada por bate-boca entre o senador mato-grossense Jayme Campos (União) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ), nesta quarta-feira (12), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. O filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi acusado de "constranger" o chefe do Ministério Público Federal (MPF) durante os questionamentos.
O clima tenso começou após Flávio Bolsonaro questionar Gonet sobre suposta tentativa de “retirar a prerrogativa” do Congresso de conduzir processos de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O senador fluminense chegou a insinuar que o MPF “tem vergonha” do procurador e encerrou sua fala citando um versículo bíblico do livro de Isaías, pedindo que Gonet “se arrependa de tudo o que está fazendo com pessoas inocentes”.
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A postura de Flávio gerou incômodo imediato no colegiado. O presidente da CCJ, senador Otto Alencar (PSD-BA), classificou a fala como “constrangedora” e cobrou respeito durante a sessão. “O constrangimento na arguição é algo que, em 30 anos de vida pública, nunca pratiquei, nem com meu pior adversário. A serenidade deve prevalecer sobre a exaltação”, afirmou Otto.
Mesmo após as advertências, Flávio continuou argumentando que seu comportamento havia sido “ético” e declarou voto contrário à recondução de Gonet. “Se fizessem com o seu filho o que estão fazendo com o meu pai, o senhor veria que fui muito educado e sereno. Por isso vou votar contra”, disse o senador, referindo-se ao ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente em prisão domiciliar.
Otto respondeu: “Como filho, vossa excelência sempre terá o direito de reagir, mas o padrão da linguagem aqui deve ser mantido dentro do que o parlamento aceita", alertou.
O impasse levou o senador Jayme Campos a intervir. “Nós temos que elevar o nível aqui desta sabatina. Com todo respeito ao senador Flávio Bolsonaro, acho que o momento não é para ataques pessoais, muito menos de forma leviana”, declarou o mato-grossense.
A fala irritou o filho do ex-presidente, que reagiu de imediato: “Leviana, senador Jayme?”. O parlamentar manteve o tom firme. “Pelo amor de Deus, senador Flávio. O senhor atacou pessoalmente a autoridade sabatinada. Isso não é condizente com o papel desta comissão. Aqui está sendo sabatinado o procurador-geral da República do nosso país", rebateu Jayme.
Flávio voltou a retrucar dizendo que quem deveria estar constrangido era o próprio Gonet e Jayme respondeu. “Não fui contratado para defender ninguém. Sou independente, voto de acordo com a minha consciência. Mas me senti constrangido com a forma como o senhor se dirigiu ao indicado".
“Constrangido nada. Quem tem que ficar constrangido é ele”, rebateu Flávio.
Ao final, Jayme reafirmou apoio à condução da sessão pelo presidente Otto Alencar e encerrou o assunto. “Quero me associar às palavras do senador Otto. Esta comissão precisa dar exemplo de respeito institucional", finalizou.
A sabatina foi concluída com a aprovação da recondução de Gonet pela CCJ, que agora aguarda a deliberação do plenário do Senado.
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