30.10.2015 | 00h00
Alguns dias são tristes, decepcionantes.
Não, não são os dias. Os dias são sempre lindos. As pessoas é que criam máculas nos dias ensolarados, nas noites quentes e estreladas, nos ambientes saudáveis, inocentes.
Numa noite de setembro deste ano, um grupo de pessoas bem intencionadas, cidadãos decentes se preparavam para iniciar uma aula sobre um tema de psicanálise, numa Escola desta cidade, cidade que desejamos tanto querer bem.
Estavam felizes, trocavam opiniões e experiências e ali estavam por querer ser sempre melhores profissionais.
Três indivíduos, não vou chamá-los de cidadãos, invadiram o espaço, armados, para roubar-lhes, mediante grave ameaça, bens que todos os presentes haviam trabalhado para adquirir, inclusive um carro. Foi-lhes surrupiado também um bem muito precioso, a ilusão da segurança.
Quiçá pudéssemos afirmar, " segurança" e não "ilusão de segurança".
Há muito se perdeu essa certeza da segurança, e assim colocamos um véu no risco diário da violência urbana, para podermos prosseguir.
Mas, como se faz na cena analítica, há que se indagar " diante dessa situação, o que lhe vem à cabeça?
Brotam, como um vulcão descontrolado, perguntas que escondem a revolta.
"Qual mesmo a função do Estado?", "por que pagamos uma carga tão alta de impostos", " "por que alguns países são tão seguros e nós somos assaltados com tanta frequencia?" "Por que o carro roubado não foi encontrado?" " Por que pagar por segurança privada se pagamos impostos?" Quantas décadas levaria para que essa situação de insegurança melhorasse neste país, se hoje o Estado tomasse por prioridade as suas funções principais, segurança, saúde e educação?"
Leio o Preâmbulo da Constituição Federal, da nossa Constituição de 1988. Que sonho, que lindo, que irreal!.
Os constituintes afirmaram que estavam reunidos para "assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem estar, a igualdade e a justiça como valores supremos da sociedade fraterna..."
Numa noite do mês de setembro do ano de 2015, passados 27 anos, em uma rua pacata da nossa querida Cuiabá, cada uma dessas belas palavras foram vilipendiadas, 27 anos.
Margarete Spadoni é integrante do Corpo Freudiano Escola De Psicanálise.
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