27.06.2014 | 00h00
Os índios da etnia Terena tem sua origem no Chaco Paraguaio, onde viviam inicialmente como coletores e caçadores e posteriormente como hábeis agricultores. Pertencem ao tronco linguístico Aruak. Em meados do século XIX tiveram que abandonar a região devido a Guerra do Paraguai, conflito que vitimou um número considerável de indígenas que habitam a grande região do Chaco.
Atualmente a maior parte do povo dessa etnia vive concentrada no estado de Mato Grosso do Sul. Os que vivem na região norte de Mato Grosso são procedentes do estado de Mato Grosso do Sul, das aldeias Água Azul, Recanto, Buriti, Córrego do Meio, Lagoinha, entre outras. Possuem uma população estimada em noventa famílias, vivendo na Terra Indígena do Iriri Novo, nas Aldeias, Kopenoty, Kuxónety Poke’e e Turipuku.
A saga dessas famílias na busca em adquirir uma terra onde eles pudessem tirar dali o sustento familiar e continuar com suas práticas culturais, durou por décadas, com fatos marcados pelo preconceito, violência, discriminação e muita luta pela tão esperada cidadania. Somente no ano de 2008 foram demarcados 32.000 hectares, homologada pelo governo federal como Terra Indígena do Iriri Novo, localizada a 200 km do município de Peixoto de Azevedo, no estado de Mato Grosso divisa com o estado do Pará.
A dança consiste na principal representação cultural dos índios Terena, que tem sido repassada de geração em geração deste povo, que mesmo diante de uma trajetória histórica de constantes deslocamentos e enfrentamento, sempre mantiveram força, garra e coragem, elementos presentes nas danças tradicionais que são praticadas até os dias atuais.
A ‘dança da ema’, uma das mais antigas, cuja origem remonta ao período em que os Terena vivia na região do Chaco, recebe esse nome porque antigamente os guerreiros dançavam usando como adorno saias e cocares feitos com penas de ema. Atualmente a pena foi substituída por fibras ou palhas de buriti. Essa dança é ritmada por instrumentos confeccionados por eles que são o tambor e a flauta.
Na confecção do tambor era usado o couro de tamanduá que, como o passar do tempo, foi substituído pelo de veado. Já a flauta medindo cerca de 40 centímetros e tendo sete furos, sempre foi elaborada de uma planta conhecida como taboca, cujos galhos são ocos, leves e resistentes.
Elias Januário é antropólogo e historiador, escreve às sextas-feiras em A Gazeta. e-mail: eliasjanuario@terra.com.br
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Francisca Terena - 27/06/2014
Sou descendente de índios terena do mato grosso do sul. Me senti homenageada com esse artigo. Parabéns aos editores fã gazeta
1 comentários