O tsunami Trump e a economia mundial

Com um discurso recheado de "ameaças" e que buscava despertar o espírito nacionalista do povo norte americano, desde o momento que se propôs a disputar sua candidatura, dentro do Partido Republicano, até a sua eleição, Donald Trump, tomou posse na presidência dos EUA e, em menos de cinco dias de mandato, se mostrou ao mundo como um verdadeiro tsunami.

O candidato que começou sua campanha sem nenhuma credibilidade e sendo uma das pessoas que ninguém pensava um dia assumir a Casa Branca, começa a provar a todos que duvidaram que ele pudesse cumprir suas ameaças e propostas, que não está de brincadeira!

Começar suas atividades como Presidente rompendo o Tratado de Associação Transpacífico (TPP), negociado pelo Obama e que tinha um papel de ser o contrapeso à influência econômica crescente da China, significa que o governo está criando barreiras para que a indústria americana cresça em território mundial e, assim, começa a abrir espaço para o crescimento da China.

A saúde também já está passando por processos de mudanças drásticas. O modelo Obama Care, que afirma que mais de 20 milhões de americanos passaram a ter cobertura de saúde desde que a lei foi implantada, já não faz mais parte da vida dos cidadãos dos EUA. Trump afirma que, a partir de agora todos, independentemente de terem dinheiro ou não, terão acesso a saúde.

Outra "ameaça" que muitos duvidaram que o Presidente iria cumprir ou que fosse pelo menos levar mais um tempo para isso, é a construção do muro (físico) nas fronteiras territoriais entre os Estados Unidos e o México. A atitude mostra o posicionamento conservador e tradicional do republicano em dificultar ao máximo a entrada de imigrantes ilegais no país, não só dos latinos. Ainda com o intuito de "limpar" as cidades norte americanas, Trump oficializou que aquelas que deixarem de cumprir a extradição dos ilegais, serão legalmente punidas!

E para finalizar a onda de ações que despertaram a reflexão do mundo, em reunião com grupos de grandes empresas americanas, Donald incentivou a volta de suas filiais para o país para fomentar a geração de emprego para a mão de obra dos EUA.

Foi só a primeira semana de governo desse tsunami chamado Donald Trump. O cara que não foi levado a sério por muito tempo, vem provando a cada promessa que coloca em prática, que o Mundo não deve duvidar do que ele diz! Quais serão as consequências futuras dessa onda que começa a engolir os Estados Unidos? Só Deus poderá nos dizer! O que podemos fazer para que a econonima mundial sinta menos os baques disso tudo? Contar com nosso instinto de sobrevivência, observar com cautela, lembrar que o contexto mundial vai muito além do Trump e, claro, pensar estrategicamente todas as atitudes que serão tomadas!

O que tiramos de ensinamento da vitória eleitoral e das promessas cumpridas do novo presidente americano? A resposta é um provérbio chinês que diz: "Se o cavalo vencer uma vez, sorte. Se o cavalo vencer pela segunda vez, coincidência. Se ele vencer pela terceira vez, aposte nele! ".

Antonio Carlos de Oliveira é analista de negócios e professor universitário