30.05.2004 | 03h00
Uma piada na hora certa, ajeita qualquer ambiente. Venho recolhendo piadas de mesa de bar. Nem sei se algumas delas são de domínio público ou se foram criadas ali mesmo. Umas talvez, outras não. Conto três das que podem ser contadas.
Morou em Cuiabá tempos atrás um baiano de Salvador. Era dono de uma lotérica. O bar Internacional, ali na Getúlio Vargas, era o ponto de encontro para o happy hour. Naquele tempo não chamava assim, era hora do "aperitivo".
Esse baiano era uma figura interessante. Era agradável sua conversa, mas ele andava meio pessimista com as coisas da vida. Suas conversas mostravam isso.
Um dia, num início de noite, ele me contou um caso que até hoje não sei se verdadeiro ou não. Ele, como sempre, começou falando que " a situação está braba". Prosseguiu e disse "você não sabe o que presenciei agora mesmo?" Fiz aquele sinal de que queria saber o que era. Tinha chovido um pouco antes dele contar sua história.
Disse que vinham dois caras em sentido contrário se escondendo da chuva naqueles antigos parapeitos de casas que haviam ali na rua Barão de Melgaço. Quando um chega na frente do outro, um deveria ficar com o lado de cima ou da parede e o outro teria que abrir para o outro lado e tomar um pouco da chuva. Era a única maneira possível. Passar os dois pelo lado de cima não dava. Um ficou encarando o outro, ninguém se mexeu para dar passagem e, disse o baiano, daqui a pouco, sem falaram uma palavra, se atracaram no soco e pontapés. É, concordei rindo, a coisa estava brava mesmo.
Uns amigos do interior de São Paulo todos os anos vinham pescar no Pantanal. Ficavam uns quinze dias de pesca e farra aí para baixo. Quando chegavam em Cuiabá pegavam umas garotas de programa da antiga boate Star Night e se mandavam para a "pescaria". Lá onde ficavam tinha os pirangueiros, que tomava conta do rancho, que cozinhava e tudo mais. Eles já estavam acostumados com aquele fuzuê de garotas novas por ali.
Um dia as mulheres dos pescadores de ocasião resolveram vir junto come eles. Passaram por Cuiabá e daqui foram direto para o pesqueiro. Chegaram lá, na hora de descer as bagagens, comidas e bebidas, um dos pirangueiros lascou "mas, gente, dessa vez vocês trouxeram umas putas velhas demais". Imagine o barraco que se armou.
Tenho um amigo gaúcho meio gordinho. Uma figura simpática. Um dia ele me disse que não ia mais fazer caminhadas. Perguntei por quê? Ele, na maior cara de pau, disse que "caminhar engorda". Pára com isso, retruquei. Ele disse que todos os dias passa pelo campus da UFMT e lá na pista de atletismo nunca viu um magro andar, só gordos. Sua conclusão escrachada era que caminhar engordava. Uma boa desculpa para quem já não gostava da coisa.
Tem muitas outras, mas a maioria tem algo de pornográfico ou que atinge um ou outro personagem do dia-a-dia da vida da cidade. Não dá para entrar por essas ainda não.
Alfredo da Mota Menezes escreve em A Gazeta.
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