08.10.2014 | 00h00
Existem institutos de pesquisa que cumprem com as finalidades para as quais existem: levantar dados estatísticos confiáveis para informar a população, enquanto outros se escondem atrás da marca de instituto de pesquisa para a realização de negócios escusos, servindo, principalmente em época eleitoral, para tentar influir na vontade dos eleitores e se possível permitir fraudes durante as eleições.
Em Cuiabá, o instituto Mark saiu totalmente desmoralizado das eleições. Foi o grande derrotado juntamente com o candidato mitômano Lúdio Cabral. O Instituto Mark deturpou as suas finalidades. Realizou pesquisas para atender os contratantes Carlos Rayel e Lúdio Cabral, embora fizesse registro de todas elas no Tribunal Regional Eleitoral, informando ser o próprio financiador das pesquisas.
Há muito que ser apurado nessa história, desde quando Rayel, secretário de comunicação do governador Silval Barbosa destinou alguns milhões de reais à empresa Mark Freitas para a realização de pesquisas que deveriam ser rigorosamente fiscalizadas pelo poder público. Com tanta pesquisa assim, porque é que o governo Silval errou tanto?
Voltemos às eleições. O Instituto Mark conseguiu errar todas as suas pesquisas. Tudo para proteger seu grande patrocinador da época de governo, Carlos Rayel e o candidato Lúdio Cabral. Foi o único instituto que se autodesmoralizou. Nos últimos dias de propaganda, todas as emissoras veiculavam inserções de Lúdio Cabral, mostrando que haveria segundo turno em Mato Grosso e que o candidato do PT estava 10 pontos na frente em Cuiabá e outros tantos em Várzea Grande.
Como constatamos após apuradas as urnas. Pedro Taques venceu com folga em Cuiabá. Aliás, venceu em todas as urnas, mesmo naquelas localizadas no bairro onde Lúdio Cabral diz ter atuado como médico do SUS. Em todas as urnas, Pedro Taques ganhou. A surra em Várzea Grande também foi razoável. Então, como o instituto encontrou números tão diferentes. Só tem uma explicação: DESONESTIDADE. Afirmo isso, sem nenhum receio.
Em Cuiabá, a Mark apontava vitória de Lúdio com mais de 10 pontos na frente. O resultado das urnas mostrou Pedro Taques com 54,82%, contra 37,18% de Lúdio. Só aqui, uma diferença de 17,64% pontos percentuais. Somados mais os 10% de diferença que seria a vantagem de Lúdio, o Instituto Mark errou em Cuiabá por 27,64% pontos percentuais. Isso é VIGARICE ESTATÍSTICA. Não existe outro nome para caracterizar a farsa.
Em Várzea Grande, o mesmo instituto afirmou que Taques perderia por oito pontos de frente. Com as urnas apuradas ficou demonstrado que Taques venceu com oito pontos de frente. Outro grave erro estatístico, pois a diferença da pesquisa da Mark para a realidade foi superior a 16% pontos percentuais. E não venham dizer que aconteceu fato novo de última hora que provocou essa reação de Pedro Taques e queda de Lúdio. Não houve fato novo nenhum. Foi VIGARICE ESTATÍSTICA MESMO.
O que se indaga depois de tudo isso é se não existe nenhum remédio legal para inabilitar essa empresa de pesquisa pelas próximas eleições, até que ela readquira um pouquinho só de idoneidade. Percebam senhores, que mesmo questionado esse instituto ganhou o direito de continuar divulgando pesquisas. E a sociedade não vai ganhar o direito de se proteger dessas informações?
A boa notícia para os leitores é que temos institutos confiáveis: O Gazeta Dados, O Ibope, A Vox Populi, a Vetor e a KGM, todos esses institutos que atuam há muito tempo no ramos de pesquisas no Estado, todos eles cravaram vitória de Pedro Taques, no primeiro turno, variando de 54% a 59,7%. Como o resultado oficial das urnas mostrou uma vitória de primeiro turno com 57,6%, todos esses institutos acertaram.
Podia bem ser assim: nas duas próximas eleições, só os que acertaram na margem de erro podem continuar fazendo pesquisas. Os que erraram, por incompetência, ou má-fé, ficam suspensos por oito anos.
Seria boa medida para os eleitores.
Antero Paes de Barros é radialista, jornalista e advogado
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