DEU EM A GAZETA 22.10.2025 | 06h35
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João Vieira
Guerra entre facções Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC) aumentou em 35% o número de execuções em Cáceres, principal município da região de fronteira com a Bolívia, com pouco mais de 91 mil habitantes. A cidade, distante 225 quilômetros de Cuiabá, em 2024 registrou 28 assassinatos e este ano já são 38 execuções, a grande maioria resultante da guerra entre as duas facções que disputam o território pela venda de drogas. A região, que antes era dominada pelo CV, facção predominante no estado, agora enfrenta a invasão do PCC.
Uma das últimas vítimas da guerra foi o faccionado do PCC Anderson Aparecido da Silva, 43, o Latrô, atraído por faccionados rivais para uma suposta venda de drogas. Ele foi torturado, esquartejado e teve partes do corpo espalhadas pela cidade. Nas primeiras horas da manhã de terça-feira (21), a cabeça de Latrô foi localizada dentro de um saco de lixo, em uma rua do bairro Garcez. Outras partes do corpo foram localizadas no endereço onde a vítima foi torturada e morta, na rua Ávila, no bairro Jardim Imperial.
Diligências da Polícia Militar, relacionadas ao crime, ainda resultaram na prisão de três faccionados do CV, suspeitos de envolvimento na morte de Latrô e na apreensão de duas armas, uma submetralhadora e um revólver calibre 38. Em Cáceres, foram presos os suspeitos Weder Winícios Silvestre, 32, e Paulo Rodrigo Santos de Mereles, 27, faccionados do CV moradores de Cuiabá, que teriam ido até a cidade de táxi. Outro preso é o faccionado conhecido como Tumor, localizado em Porto Estrela.
Desde o mês de abril a trégua entre as duas facções foi suspensa e a escalada de crimes cresceu assustadoramente na cidade. A população está acuada, já que os criminosos alertam pelas redes sociais que os moradores não devem sair de casa durante a noite e que a meta do CV é eliminar todos os membros do PCC da cidade até o final do ano.
O delegado regional de Cáceres, Higo Rafael Ferreira de Oliveira assegura que a luta contra o crime organizado é incansável. Acredita que caso uma das facções realmente consiga suprimir a rival, o número de execuções pode cair, mas crescem os demais crimes, como as extorsões contra comerciantes, ameaças e outros atos ilícitos praticados pelo grupo que quer se manter no poder.
Investigação da Polícia Civil também aponta que muitos adolescentes são coptados pelo CV para cometer os homicídios, vindos principalmente da Capital e de Rondonópolis.
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