PF prende empresário, irmão, ex-delegado e mais 2 por fraude em exumação

Otmar de Oliveira Empresário Josino é citado como mandante

(Atualizada às 14h)- A Polícia Federal (PF) prendeu nesta madrugada o empresário Josino Pereira Guimarães, o irmão dele, Clóves Guimarães, e o ex-delegado da Polícia Civil, Márcio Pieroni, por envolvimento em uma farsa que tentava provar que o juiz federal Leopoldino Marques do Amaral ainda estaria vivo. No episódio, o delegado, inclusive autorizou a exumação do corpo do magistrado de forma ilegal em 2011. Foi a segunda exumação do corpo do juiz, sendo que a primeira ocorreu em 2006.

Também foram presos o agente prisional Gardel Tadeu de Lima e o presidiário e latrocida Abadia Paes Proença. A PF informou que ao todo cumpriu nesta manhã de terça-feira (13) 5 mandados de prisão expedidos pela 7ª Vara Federal de Cuiabá, em razão de confirmação, em segunda instância, da condenação dos envolvidos na fraude que visava tumultuar o júri popular que julgava os acusados de assassinar o juiz.

Delegado Pieroni é preso

Em setembro de 2011 ele e os demais envolvidos no caso foram foram condenados, em primeira instância, pelo juiz da 7ª Vara Federal, Paulo Cézar Alves Sodré, por terem se unido para cometer vários crimes na tentativa de livrar Josino do julgamento pela morte do juiz Leopoldino.

Otmar de Oliveira Corpo do juiz Leopoldino do Amaral foi exumado em 2006 e depois em 2011 de forma ilegal

O magistrado foi encontrado morto no Paraguai, em 1999 com o corpo parcialmente carbonizado e atingido por 2 tiros na cabeça.

Leopoldino havia denunciado um esquema de venda de sentenças judiciais em Mato Grosso.

Nesta manhã, Josino, que é apontado como mandante do assassinato, já foi ouvido na sede da Polícia Federal, em Cuiabá e encaminhado para uma unidade prisional.

Ainda permanecem na superintendência da PF o delegado Pieroni e Clóves. Eles  aguardam para ser interrogados.

Em maio de 2011, Josino e Pieroni já tinham sido presos pela Polícia Federal por vários crimes cometidos na tentativa de tumultuar o processo referente ao assassinato do juiz Leopoldino. Agora voltam a ser condenados por formação de quadrilha, denunciação caluniosa, fraude processual, interceptação telefônica para fins não previstos em lei e violação de sepultura.

Penas de cada um dos réus

Sobre as condenações, Márcio Pieroni foi punido com a maior pena, 17 anos de prisão, mais 3 anos e 4 meses de detenção, em regime inicialmente fechado, além da perda do cargo público de delegado. Josino foi condenado a 7 anos de prisão e 2 anos de detenção em regime inicialmente fechado e sem direito a recorrer em liberdade.

Clóves Guimarães também foi sentenciado a 7 anos de prisão, mas como não estava preso, pôde ficar livre enquanto sua defesa recorria da decisão. O então agente prisional Gardel Lima, teve pena fixada em 9 anos e 6 meses de prisão, além de mais 1 ano e 4 meses de detenção. 

Por sua vez, o latrocida Abadia Proença, responsável pela afirmação de que Leopoldino estava vivo e morando na Bolívia, foi condenado a 8 anos de prisão e mais 1 ano e 4 meses de detenção. (Colaboração de Welington Sabino e Celly Silva)