FILHA ASSASSINADA 23.12.2025 | 10h04

fred.moraes@gazetadigital.com.br
Montagem GD
A pouco mais de um mês do julgamento dos réus acusados de assassinar Raquel Maziero Cattani, de 26 anos, filha do deputado estadual Gilberto Cattani (PL), o parlamentar afirmou estar profundamente desacreditado do sistema de Justiça brasileiro.
O Tribunal do Júri está marcado para o dia 22 de janeiro do próximo ano, às 8h, na comarca de Nova Mutum, e colocará no banco dos réus o ex-marido da vítima, Romero Xavier Mengarde, e o irmão dele, Rodrigo Xavier Mengarde, apontados pelo Ministério Público como mandante e executor do crime.
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Às vésperas da fase final do processo, Cattani disse que não alimenta expectativas em relação ao desfecho do julgamento, apesar do entusiasmo da esposa, Sandra Maziero Cattani, que deverá acompanhar a sessão.
“A Sandra está entusiasmada, animada para ir e ver o que vai dar. Eu não creio em ‘justiçamento’. Nós mesmos pagamos advogados para defender esse camarada. Não acredito muito em Justiça mais. O que for feito, vai ser feito. Da minha parte pessoal, não tenho expectativa, é só esperar o que vai acontecer”, declarou o deputado, em tom de resignação à imprensa, nesta segunda-feira (22).
O parlamentar também fez duras críticas ao modelo de funcionamento do Judiciário e ao papel do Estado na proteção às vítimas. Para ele, o sistema falha ao não oferecer amparo adequado às famílias atingidas por crimes graves, como o feminicídio.
“Estou totalmente desacreditado. No nosso país não há Justiça mais. Uma Justiça que tem uma defensoria pública que defende, com nosso dinheiro, quem tira a vida de cidadão honesto, não pode existir Justiça. A única Justiça que eu conheço é quando a vítima é atendida e o agressor é punido da mesma maneira. Hoje, ficam órfãos meus netos, e as demais vítimas do feminicídio que não são assistidas pelo Estado”, afirmou.
O julgamento envolve Romero Xavier Mengarde e Rodrigo Xavier Mengarde, apontados como mandante e executor do crime ocorrido em 18 de julho de 2024, no Rancho PH, no Assentamento Pontal do Marape, zona rural de Nova Mutum. Segundo a denúncia, Romero não aceitava o fim do relacionamento, após cerca de 10 anos de casamento, e teria oferecido R$ 4 mil ao irmão para matar Raquel.
De acordo com as investigações, o pagamento teria sido feito no mesmo dia do crime, com dinheiro proveniente de um serviço prestado ao pai da vítima. Na noite do assassinato, Rodrigo entrou na residência de Raquel e aguardou sua chegada. Ao retornar, ela foi atacada com golpes de arma branca. O laudo pericial aponta múltiplas lesões, caracterizando meio cruel e brutalidade incomum.
Além do feminicídio, o Ministério Público atribui aos réus qualificadoras como emboscada, motivo torpe e homicídio mediante promessa de recompensa. Após o crime, Rodrigo ainda teria furtado pertences da vítima e fugido utilizando a motocicleta dela.
O Tribunal do Júri será presidido pela juíza Ana Helena Alves Porcel Ronkoski, da 3ª Vara de Nova Mutum. Os réus deverão comparecer ao plenário presencialmente, sem algemas e com roupas civis, conforme determinação judicial. Testemunhas indicadas pela acusação e pelas defesas serão ouvidas, incluindo a mãe da vítima. A magistrada também determinou a apresentação de objetos e eventuais armas utilizadas no crime aos jurados.
Raquel Cattani era produtora de queijos e fundadora da Queijaria Cattani. Reconhecida nacionalmente pela qualidade dos queijos artesanais que produzia, conquistou prêmios e se tornou referência no setor. A morte da jovem interrompeu uma trajetória promissora aos 26 anos, deixando dois filhos e um legado de dedicação à produção artesanal.
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