Mauro afasta interferência política e diz que troca do BRT pelo BUD é estudada há meses

O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), afirmou que o Estado já analisava a possibilidade de substituir o Bus Rapid Transit (BRT) por um novo modelo de transporte coletivo, o BUD, antes mesmo de Abílio Brunini (PL) assumir a Prefeitura de Cuiabá. Segundo ele, a avaliação é técnica e vem sendo conduzida de forma reservada pelo Executivo estadual.

Em entrevista à imprensa na segunda-feira (15), não confirmou a troca dos modais e disse que qualquer decisão só será anunciada após a conclusão dos estudos. O governador fez questão de frisar que a discussão antecede a posse do atual prefeito da Capital, afastando a leitura de interferência política.

“É uma decisão técnica. O governo estuda isso antes do Abílio ser prefeito. Antes do senhor Abílio virar prefeito, o governo já estava estudando isso”, declarou. De forma indireta, Mauro sinalizou que uma eventual mudança no projeto não tem relação com cobranças ou posicionamentos da atual gestão municipal.

O governador frisou ainda que o Estado só se manifestará publicamente quando houver uma definição consolidada.

“Silenciosamente, vamos estudar até o último momento. Quando o governo chegar às suas conclusões, através dos estudos, iremos a público explicar. E temos o dever de explicar por que decidimos por A, B ou C”, disse.

Mauro Mendes reforçou que esse é o padrão de atuação adotado pela gestão estadual, que evita antecipar decisões ou comentar análises em andamento.

“O governo não antecipa sem ter finalizado os seus estudos e não comenta de forma antecipada aquilo que ele está estudando. Esse sempre foi o nosso comportamento”, afirmou.

Para justificar a postura discreta, o governador citou como exemplo a concessão da BR-163, negociada sem exposição pública.

“Agimos assim na BR-163. Negociamos durante oito meses e não saiu uma linha na imprensa, em lugar nenhum. E a BR-163 está lá sendo duplicada, com o benefício sendo entregue à população”, ressaltou.

Segundo Mauro, a estratégia de evitar declarações antecipadas tem dado resultado. “Esse é um perfil que deu certo. Então esse governo não fala demais para não dar bom dia a cavalo”, concluiu.