Mauro pede articulações do União Progressista para 'impedir' reeleição de Lula; ‘Que não sejamos surpreendidos’

O governador Mauro Mendes (União) afirmou que o União Progressista – Federação formada pelo União Brasil e PP – pode construir uma política diferente dos demais partidos, para que não sejam surpreendidos na disputa eleitoral do ano que vem, como foram surpreendidos em 2022, com a vitória do atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Sem citar o petista, Mendes disse esperar que a aliança faça com que as lideranças dos dois partidos produzam resultados diferentes do que os demais partidos vem entregando nos últimos.“Que na eleição do ano que vem, não sejamos surpreendidos mais uma vez pelo resultado como fomos nas últimas”, disse durante a oficialização da Federação em Brasília.

A declaração foi considerada uma referência às eleições de 2022, quando o presidente Lula derrotou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mesmo com a maioria dos governadores apoiando o ex-presidente.

Mendes também repetiu o seu discurso interno no Estado, sobre crise fiscal e da segurança pública que país vem vivendo nos últimos anos. Segundo ele, o Brasil vai enfrentar nos próximos anos a pior crise fiscal da sua história.

“O Brasil vive hoje gravíssimos problemas na segurança pública e nós, partidos políticos, temos que debater isso com mais profundidade. E é isso que eu espero da União Progressista e é isso que tenho certeza que esse partido será capaz de produzir nos próximos meses e anos”, disse.

O governador também alertou aos demais governadores e políticos presentes, que a classe política e os partidos vivem certo descrédito, descrença e muitas vezes desesperança.

“Nós temos que reconhecer que esse problema não é nosso, ou tão somente nosso. Há muitas décadas nesse país a política e os resultados do Estado brasileiro deixaram a desejar. O cidadão tem uma certa razão, que depois de tantas frustrações, ele tem mostrado a sua revolta com decisões que muitas vezes parece disruptivas, em alguns momentos incompreendidas, mas, no fundo está ali a sua manifestação do descontentamento com a política e com aquilo que temos produzido ao longo das últimas décadas”, pontuou.

A declaração do governador vai de encontro ao tom que a Federação adotará contra o governo federal em 2026. O objetivo será desembarcar do governo Lula para construir uma possível candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), unificando todo o centro e direita contra a esquerda.