na câmara 10.09.2025 | 14h37
Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
A audiência que pode levar à cassação do mandato da deputada licenciada Carla Zambelli, realizada na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara nesta quarta-feira (10), foi marcada por trocas de acusações entre a parlamentar e o hacker Walter Delgatti, testemunha no processo e condenado pelo STF.
Ambos receberam pena de 10 anos por invasão ao sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Zambelli está presa na Itália, enquanto Delgatti cumpre pena em Tremembé desde 2023.
Inicialmente, apenas o hacker participaria da sessão, sendo questionado por deputados e pelo relator do caso, deputado Diego Garcia (Republicanos-PR). Contudo, a pedido da defesa da deputada, ela recebeu autorização para participar do momento.
Zambelli aponta ‘mentira’ do hacker
Em seus questionamentos, a parlamentar afirmou que existe uma mentira dentro do seu processo, decorrentes de falas equivocadas do hacker.
“Você diz que ficou 15 dias na minha casa, eu estou falando que você ficou algumas horas lá. Quem quiser acreditar em mim, acredita, quem quiser acreditar em você [Delgatti], acredita”, apontou Zambelli.
O hacker a interrompeu e disse que o apartamento da deputada tem câmeras, sendo uma forma de comprovar em quem acreditar.
Zambelli também questionou possíveis omissões do hacker à Polícia Federal sobre a inserção de 11 alvarás de soltura de indivíduos presos por motivos diversos, além de um mandado de prisão falso contra o ministro do STF Alexandre de Moraes no sistema CNJ.
“Você disse que teve que corrigir o português, e eu não cometo falhas de português. Só aí dá para perceber que você mentiu bastante, porque eu não cometo erro de português, principalmente em objetos escritos, em cartas escritas”, disse Zambelli.
Antes de passar a palavra ao advogado, a deputada chamou Delgatti de “mitomaníaco” e questionou a saúde mental dele.
O presidente da CCJ, interveio e pediu que as perguntas fossem objetivas e sem “adjetivações” à testemunha.
Presa na Itália em processo de extradição
Detida desde 29 de julho na Itália, a deputada permanece em um presídio feminino e participou da oitiva por videoconferência.
Após duas audiências de custódia, a Justiça manteve a prisão da parlamentar em regime fechado até o fim do processo de extradição, que vai determinar se ela cumprirá a pena de prisão no Brasil ou na Itália.
Além da invasão no sistema da CNJ, Zambelli foi condenada pelo STF pelos crimes de porte ilegal de arma e constrangimento ilegal com emprego de arma.
Ela recebeu uma pena de 5 anos e 3 meses de prisão em decorrência de episódio ocorrido na véspera do segundo turno das eleições de 2022, em São Paulo, quando perseguiu, com uma arma em punho, um jornalista opositor do ex-presidente Bolsonaro.
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